sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Inverno do Mundo – Parte I

Há tanto para se falar e se pensar ao ler esse livro que decidi escrever minhas impressões sobre ele em partes, assim, aqueles que desejam ler não vão se cansar tanto!!!


Talvez nem todos saibam, mas Inverno do Mundo é o segundo livro da trilogia O Século, que começou com Queda de Gigantes, um dos melhores livros que li na minha vida, um romance histórico perfeito que conta sobre a vidas durante os anos que antecedem a Grande Guerra, durante as batalhas e um pouco do pós-guerra na Inglaterra, na Rússia, Alemanha e Estados Unidos, através da vida de cinco famílias, e com um enfoque bem interessante na política internacional e na atuação dos diplomatas envolvidos. 

Realmente muito bom, aconselho a leitura!! 

Agora, em Inverno do Mundo acompanhamos os acontecimentos que antecedem a II Guerra Mundial, através dos filhos dos personagens do primeiro livro.

Como esse livro rendeu muito, vou começar com a parte que eu mais gostei, os Alemães!!!

Na Alemanha pré-nazismo acompanhamos Maud, uma aristocrata inglesa que abandonou a vida confortável na propriedade da família para se casar secretamente contra a vontade de seu irmão, o conde Fitz, com Walter, um diplomata alemão, com quem foi viver após a Grande Guerra na Alemanha, suportando todas as privações que se abateram sobre o povo alemão naquele período.

Agora, Walter é um parlamentar membro do partido social-democrata e Maud jornalista em uma revista que segue a mesma linha. Ambos percebem o mal que o nazismo representa e fazem de tudo para evitar que o partido consiga a maioria nas eleições em 1933, e enfrentam a violência da SS. 

O casal tem dois filhos, Carla, uma menina de onze anos, extremamente inteligente e com uma ótima compreensão da política e dos acontecimentos a sua volta, e Erik, um garoto de 13 anos fascinado pelos nazistas, para decepção dos pais.

O foco de toda a história que se passa na Alemanha é Carla, a garota corajosa que investiga a estranha morte de seu afilhado deficiente e descobre o programa nazista para acabar com as pessoas consideradas “inúteis”. Sua investigação, contudo, leva à prisão de seu pai pela Gestapo e a outras consequências terríveis. 

Conhecedora da realidade nazista, diferente do que acontece com a maioria das pessoas a sua volta que parecem não ver o que o nazismo realmente representa, durante a guerra Carla faz tudo que pode para ajudar os judeus a sua volta, trabalha como espiã para os russos e, graças a sua rede de espionagem o Exército Vermelho consegue se preparar para os ataques a Moscou e a Stalingrado, assim, graças a ela e seus amigos a Russia consegue vencer o exército alemão no leste.

Ao final da Guerra, quando o Exército Vermelho “liberta” Berlim, Carla sofre abusos dos soldados libertadores e fica grávida. Assim, seu filho Walli com certeza será um dos personagens que acompanharemos no terceiro livro da série.

Eu gostei demais do enfoque que o autor deu para esse ponto da história, porque acho que muitas vezes quando lemos romances históricos que se passam durante a II Guerra, a gente se esquece que aquelas pessoas, aqueles alemães comuns, não tinham o conhecimento que temos hoje de tudo que se passou. Os campos de concentração eram secretos, os horrores acontecidos ali não eram divulgados e, na realidade, foram eles que mais sofreram antes da guerra com a dureza do regime nazista e durante a guerra morrendo no front, bombardeados pela RAF, passando fome e frio e por fim ou violentados pelo Exército Vermelho.

Com certeza pagaram a conta muito além do que deviam.

E pensar que realmente existiram pessoas como Carla, que correram inúmeros riscos e passaram por tantas dificuldades para livrar o mundo do nazismo e do fascismo faz nascer uma sensação de gratidão. Pessoas que morreram no anonimato, pessoas que não receberam qualquer homenagem, e que talvez nós nunca iremos conhecer seus atos de coragem, mas que agiram e que não aceitaram as coisas por comodidade. Pessoas de coragem.

Assim, ao nos contar a história de Carla eu acredito que o autor nos leva a pensar em todas essas pessoas que deram suas vidas para que hoje nós possamos viver num mundo livre.

Esse é o ponto alto dessa série, o autor nos mostra como a história é escrita, na realidade, por pessoas comuns. Quando pensamos em quem venceu a guerra, pensamos em Stalin, Churchill e Roosevelt, mas depois de ler esse livro percebemos que a gerra foi vencida graças a atos de coragem e força de pessoas como você e eu.

Beijos e ótimas leituras...
Fefa Rodrigues


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sobre pessoas especiais

Hoje enquanto eu almoçava, notei uma mulher já de meia idade, acompanhada de sua filha, uma garota especial. Enquanto ela apontava para garçonete o que queria na marmita, a moça de cerca de uns 16 anos abraçava e beijava a mãe o tempo todo, bonito de ver todo aquele carinho. 

Então, na hora de pagar, a moça do caixa perguntou para a moça especial: "você quer uma sobremesa?", ela olhou para sua mãe, esperando a autorização, a mulher sorriu e disse "sim, pode pegar um docinho". Uma salada de frutas, e a moça especial demonstrou ainda mais carinho e agradecimento pela mãe.

Eu fiquei pensando em quantos pais e mães dariam tudo para que seus filhos adolescentes normais demonstrassem um pouco daquele carinho e respeito, ainda que não fosse às vistas de todos.

Outro dia vi no Facebook uma postagem que dizia que portadores da Síndrome de Down tem um gene há mais, o gene do amor.

Pensando bem, talvez seja exatamente isso.

Fefa Rodrigues



quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Palácio da Meia-Noite - Zafón

"É que nada é tão difícil de acreditar quanto a verdade e, ao contrário, nada é tão sedutor quanto a força da mentira, quanto maior for o seu peso."



Mais um livro do Zafón que li em menos de uma semana!! Bem, a verdade é que tenho e li todos os livros do Zafón que foram publicados em português e, pelo que sei, só falta um livro dele a ser publicado na nossa língua, As Luzes de Setembro. Espero que chegue logo!!!

Palácio da Meia Noite, O Príncipe da Névoa e As Luzes de Setembro fazem parte dos escritos infanto-juvenis do autor. As Luzes de Setembro ainda não foi publicado em português, mas posso dizer que O Palácio da Meia-noite e O Príncipe da Névoa são livros de leitura muito fácil, com personagens adolescentes que, em meio a mistérios, passam por descobertas próprias da idade como o amor, a amizade e o poder das decisões.

Apesar de ser leitura fácil, em ambos os casos a história é muito boa e segue o mesmo estilo dos outros livros do Zafón, mistério, amor e o destino sempre inexorável. Como já disse antes, eu vejo algo do Gabo no Zafón, e acredito que seja essa visão do destino como força incontrolável que governa e guia a vida de todos, algo do que não se pode fugir e que deve ser encarado com coragem.

Palácio da Meia Noite traz uma inovação. Diferente dos demais livros do autor, a história não se passa em Barcelona ou na Espanha, mas em Calcutá na Índia, durante a década de 30 e começa com um homem fugindo pelas ruas vazias e assustadoras da cidade, numa noite chuvosa, com dois bebes a quem busca proteger.

Os bebes gêmeos são deixados na casa de uma velha senhora e o homem, um oficial inglês, depois de deixar as crianças a salvo, foge de novo para encontrar a morte nas ruas. Por um motivo que não conseguimos entender no inicio da história, os irmão são separados, sendo que um deles é deixado em um orfanato e o outro é levado pela velha mulher.

No dia seguinte, uma estranha figura aparece no orfanato perguntando sobre o bebe abandonado, mas o diretor, orientado por uma carta deixada junto ao garoto, para proteger a criança, mente dizendo que não havia nenhum novo interno na instituição. A figura sinistra então diz que por aquela noite aceitaria a resposta, mas que passados os 16 anos que separavam o bebe da vida adulta, ele voltaria para pegar o menino.

Passados os 16 anos, os dois irmãos se reencontram em meio a acontecimentos estranhos e sobrenaturais, às vésperas de seu aniversário e, apesar de todas as tentativas de deixá-los longe dos perigos que os rondam desde o nascimento, terão que enfrentar aquela figura do passado que volta em busca de vingança e, enquanto buscam por respostas, vão descobrindo a verdade sobre sua origem, sobre seus pais e sobre o que os separou. Nessa busca, os irmãos contam com a ajuda de amigos inseparáveis e corajosos, dispostos a arriscar a vida uns pelos outros.

É uma ótima história de amizade, amor e redenção, cheia de mistério, de dor, de maldade e bondade, ou seja, cheia de tudo que é humano. É essa mistura temperada com o destino irrefreável que me faz sempre gostar dos livros do Zafón, além disso, a escrita dele é ótima, as frases dele são marcantes e as histórias sempre bem contadas.

Recomendo e acredito que os livros dele são um bom meio de despertar o gosto pela leitura em adolescentes e até mesmo em adultos que ainda não tenham desenvolvido esse hábito!! Estou certa de que é uma leitura que vale a pena!!!

Agora, comecei a ler O Inverno do Mundo do Kenn Follet e posso dizer que, mesmo estando ainda na página 100, certamente será um livro esplendido e que, apesar de ser bem longo, tenho certeza de que vou devorá-lo, ainda mais com o feriado prolongado da próxima semana!!!

Então, em breve falo dele!!!

Beijos e boa leitura...
Fefa Rodrigues


sábado, 22 de junho de 2013

Chega de clichês, chega de modinha




Quem me conhece sabe, e eu não vou negar, que sempre fui PTista, isso pela influência dos melhores professores que tive no colégio e na faculdade, e também por amigos que considero muito como o Professor Márcio, Caca, Djalma... mas, durante esse período de manifestações tenho sido completamente apolítica porque compreendo que o movimento é social e não político. 

Acontece que, a cada dia, vejo mais e mais absurdos serem propagados pelo face, e isso acontece porque, as pessoas querem participar do momento histórico, mas me parece que não querem conhecer a história e a política  e até o direito para terem condições de participarem de forma correta. É o chamado "sofativismo" ou ativismo do sofá, em que as pessoas acreditam que estão mudando o mundo sentados no sofá de suas casas ao compartilhar frases feitas. 

Hoje isso me estressou tanto que resolvi escrever alguns esclarecimentos e postei no face, então resolvi postar aqui também...ai vai:

"Gente, vamos pensar um pouco. Ter o direito de eleger nosso governo pelo voto foi uma conquista que ceifou vidas, que custou muita luta e muito sangue derramado. Hoje em dia um governador (presidente, governador de estado, prefeito) eleito por meio do voto que é a manifestação da vontade do povo só perde seu mandato se cometer crime de responsabilidade. O impeachment depende da votação do CONGRESSO NACIONAL. Bom, o Congresso Nacional é a união do Senado e da Assembléia Legislativa, deputados e senadores são os representantes do povo e dos estados da federação a quem cabe FAZER AS LEIS que serão obrigatoriamente respeitadas pelo EXECUTIVO (presidente, governador e prefeitos) e pelo JUDICIÁRIO. São eles que esgotam os cofres públicos porque tem centenas de assessores e privilégios, como casa, carro, motorista, passagens de avião, dinheiro para contratar assessores e o poder para fazer lobby e receber muuuuuuuuuuuito "incentivo" para aprovar leis de interesse de certos segmentos.
ENTÃO GENTE, VCS TÊM MESMO CERTEZA QUE PEDIR PRO CONGRESSO TIRAR DO PODER A PESSOA QUE FOI ELEITA PELO POVO VAI ACABAR COM A CORRUPÇÃO??? VCS SABEM QUE SE ISSO ACONTECER O JOAQUIM BARBOSA ASSUME APENAS ATÉ SER REALIZADA OUTRA ELEIÇÃO PORQUE AINDA NÃO PASSOU DA METADE DO MANDATO? VCS SABEM QUE COM ISSO O CONGRESSO SE FORTALECE? É O CONGRESSO, A MAIOR FONTE DE TODA CORRUPÇÃO DESSE PAIS.... ENTÃO VAMOS PENSAR BEM NO QUE ESTAMOS PEDINDO.... CHEGA DE CLICHÊ GENTE... CHEGA DE MODINHA E DE REPETIR O QUE OS OUTROS FALAM SEM CONSCIÊNCIA DO QUE SE ESTÁ FALANDO, SEM ANALISAR A QUEM INTERESSA O QUE SE ESTA PROPAGANDO... NÃO SEJAMOS USADOS PARA ATENDER INTERESSES ESCUSOS... SE O GIGANTE REALMENTE ACORDOU, QUE NÃO PERMANEÇA SONAMBULO, MAS QUE SE TORNE CONSCIENTE!!"

Para quem não sabe, eu sou advogada, assessora jurídica na Secretária de Fazenda, Finanças e Planejamento da Prefeitura Municipal de Tatuí e especialista em Gestão Pública Municipal e historiadora amadora, então, acredito que eu tenho certo conhecimento de causa para falar.

Abraços, e que o Brasil mude de verdade!!!
Fefa Rodrigues


terça-feira, 18 de junho de 2013

Os Confins do Mundo - Valério Massimo Manfredi


"O amor é a força de um deus, força contra a qual não se pode lutar."


Boa noite amigos, acabei de ler neste exato instante o terceiro e último livro da série Alexandros, romance histórico sobre a vida de Alexandre, O Grande. Neste último livro acompanhamos o conquistador macedônio em suas campanhas militares na Pérsia contra o Grande Rei, Dário III e todas as suas conquistas asiáticas até a sua morte.


"Tudo é possível agora, e ao mesmo tempo, tudo é absurdo."


Como comentei quando falei dos outros dois volumes, essa série peca em alguns pontos, principalmente pela falta de enredo. Não sei quanto a vocês, mas o que me fascina nos romances históricos é o toque de ficção que os autores usam como "cola" para unir os fatos históricos e torná-los algo muito mais palpável do que aquilo que a gente lê nos livros e apostilas de história. Nesta série, não há essa "cola", há alguns enxertos ficcionais, claro, mas nada que valha a pena. Dai a narração acaba um tanto sem graça e cansativa. 

Outro ponto que eu não gostei foi o fato de que, tendo em vista que a campanha durou cerca de 10 anos, Alexandre e seu exército lutou dezenas de batalhas, acredito que o autor não precisava ter descrito cada uma delas, mas podia ter escolhido algumas, e descrito de forma mais emocionante, no estilo Bernard Cornwell, mas não é isso que acontece, ao descrever todas as batalhas, ele acaba fazendo isso de forma simples demais, sem detalhes, sem vida, e parecendo tudo tão fácil, tão simples, como se conquistar o mundo fosse a coisa mais fácil a se fazer.

Outra coisa que eu senti muita falta seria de uma melhor descrição, uma maior atenção à "ambientação" da história, com mais detalhes e informações sobre o dia-a-dia dos anos de campanha, um pouco mais sobre os cerimoniais, espacialmente os religiosos, já que os gregos foram um povo cheio de deuses.


"Sempre é cruel aquele para quem ainda é novo o gosto do poder."


Talvez o livro agrade mais um leitor adolescente, eu já gostaria de mais profundidade, especialmente em se tratando de um personagem tão magnifico e que viveu tantas aventuras.

Mas não tenho só críticas, também tem pontos que eu gostei. Primeiro Alexandre é um personagem realmente maravilhoso, apesar de não ter sido dada aquela profundidade ao personagem, especialmente quanto ao seu caráter, ele é apaixonante e deve ter sido assim na vida real, senão não teria arratado aquele imenso exército por meio mundo. Seu grupo mais chegados, a chamada Turma de Alexandre também tem personagens fantásticos e, por fim, ´último capítulo é sensacional!!!


"A grandeza de um homem corresponde à dolorosa defasagem entre a meta que ele quer alcançar e as forças que a natureza lhe deu quando o botou no mundo."


Outro ponto positivo é a forma como o autor demonstrar a queda na aprovação de Alexandre pelo seu exército, depois de ter conquistado a Pérsia, em razão do rei passar a adotar os costumes bárbaros inaceitáveis para os gregos!!!

Enfim, não digo que você não deve ler a obra, só que não deve esperar muita coisa, não é uma obra-prima, apesar de que merecia mais!!!

Agora vou ler A Chave Rebeca do Kenn Folett, com certeza, leitura rápida!!!



beijos e boa leitura;
Fefa Rodrigues

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Homem de São Petersburgo - Ken Follett

Só agora percebi que a minha leitura atual informada aqui ao lado está errada. Não estava lendo A Chave Rebeca, mas sim O Homem de São Petersburgo. Ambos são do mesmo autor, mas ainda não li aquele.

Gente, esse livro é demais. Quem leu meus comentários sobre Queda de Gigantes, que é do mesmo autor, sabe que eu amei totalmente aquele livro, e esse é na mesma linha. Uma trama realmente fascinante e que, no meu caso, une vários dos elementos que eu mais amo em literatura: um momento histórico específico, neste caso, a proximidade da I Guerra Mundial, relações internacionais e diplomacia, personagens históricos reais e, em meio a todo esse elemento lógico, o destino, inexorável como sempre!!


Tudo começa quando o Conde Walden, apesar de desprezar os liberais, é persuadido por Churchil a negociar secretamente com um príncipe russo o apoio da Russa à Inglaterra em caso de guerra contra a Alemanha. O príncipe Aleks vem, então, se hospedar em sua casa, fingindo que vem passar a temporada em Londres, para iniciar as negociações. Walden é casado com uma aristocrata russa, Lady Lydia com quem tem uma filha, Charlotte. Ambas vivem na riqueza e Charlotte não conhece nada da vida real, já que foi criada protegida de tudo. 

Doutro lado temos Félix, um anarquista russo, que vive em genebra e que, ao saber, por meio de espiões, que um príncipe russo está em Londres para negociar a entrada da Russia numa possível guerra com a qual  não tem nenhuma relação ou interesse, decide matar Aleks, que além de ser o responsável pela missão, é o sobrinho preferido do czar Nicolau. Com isso, Felix tenciona denunciar os planos do czar ao povo russo, acreditando que com isso a revolução será deflagrada. 

A família de Walden vive uma vida perfeita, mas tudo começa a desmoronar. Charlotte tem uma mente inquieta e inquisitiva, Lydia tem um segredo de seu passado que esta prestes a ser revelado, Walden tem a missão de proteger seu país negociando com Aleks e os interesses russos, e ainda tem que protegê-lo de Félix. 

Resumindo assim pode até parecer que a história não tem muita graça, mas é muito boa mesmo. Cheia de suspense e perseguições policiais, além de ser mais uma aula de política internacional e história. Gosto da forma como o autor demonstra que mesmo os grandes eventos da história são movidos por pessoas comuns, por seus sonhos, desejos e paixões.

Adorei e acho que Charlotte pode representar um pouco da mudança pela qual o mundo passou durante a I Guerra... aliás, se a gente somar esse livro a Queda de Gigantes e a série Downton Abbey teremos uma ideia bem ampla dessa fase da história.

Com certeza indico a leitura!!!!

Beijos;
Fefa Rodrigues

PS: Eu ia ler Queda de Gigantes e também pretendo ler Cidade de Ladrões que a Lu vai me emprestar, mas de última hora resolvi ler Os Confins do Mundo, da série Alexandros. Bem diferente, outro foco... eu gosto de focar um assunto sempre, mas me deu uma vontade enorme de ler esse livro e terminar essa trilogia, então vai ser ele!!!


quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Palácio de Inverno – John Boyne





“Eu nunca tinha lido um livro na vida, mas eles me chamavam, sussurrando em suas encadernações uniformes, e eu ia e um a outro, examinando as páginas de rosto, lendo os parágrafos iniciais como conseguia, pondo os volumes já folheados na mesa atrás de mim, sem nem pensar.”


Algumas vezes acontece de ao ler um livro, eu gostar da história, mas não gostar da forma como ela  escrita ou da linguagem utilizada pelo autor, noutras, eu gosto da forma de narrativa usada pelo autor, mas sinto que a história deixa a desejar, raras são as vezes que eu não gosto de nada em um livro, menos raras são as vezes que gosto de tudo na obra, que não tenho nenhuma crítica a fazer, por terem uma história ótima e serem muito bem escritos, e é o que aconteceu com esse livro.

Amigos, o livro é maravilhoso! Conta a história de Georgui, um menino russo que vive em uma vila miserável no interior da grande Rússia, passando frio e fome, mas que, apesar de todas as privações  que passa com sua família, em momento algum questiona o direito divido do czar, o ungido de Deus.

Certo dia, a aldeia toda se reúne para ver exército passar por ali a caminho do front e, durante o desfile das tropas, ao tentar evitar que seu melhor amigo cometa uma loucura, Georgui acaba por salvar a vida do conde Nicolau, comandante do exército e primo do czar Nicolau II. Em gratidão, o conde manda o menino para fazer parte do corpo de guarda-costas da família imperial no Palácio de Inverno em São Petersburgo, e então sua vida muda completamente, já que, por ter demonstrado tamanha coragem e lealdade à família do czar, ele recebe como missão ser o protetor do herdeiro do trono, Alexey.

No no segundo capítulo a história muda de foco e Georgui já na casa dos 90 anos, vivendo em Londres com sua esposa Zóia que está doente em fase terminal, quem ele demonstra um amor incondicional e uma preocupação enorme com seu bem-estar.

A partir dai duas narrativas tem sequência, capítulo à capítulo, de um lado progredindo no tempo, de outro lado regredindo, até que as duas pontas da história de Georgui e Zoia se encontram num ponto comum que é a Revolução Russa.

Dessa forma a história flui de uma maneira deliciosa, de um jeito que a gente não consegue parar de ler, além da linguagem ser ótima. Outro ponto que eu gostei é aquele toque que eu adoro nos romances históricos, que é descrever o cotidiano dos personagens detalhando a forma como se vivia no período histórico em que a trama se passa, apresentando mais sobre a cultura daquele povo e período.

O autor faz isso muito bem, de uma forma natural, sem saturar a história. Assim, enquanto acompanhamos Georgui jovem vivendo no Palácio de Inverno, podemos sentir a crescente tensão entre o povo e o czar,  o descontentamento com relação aos rumos tomados pela Rússia durante a I Guerra e principalmente contra a influencia que Rasputin tem sobre a czarina. O povo está faminto e com frio, enquanto seus filhos morrem numa guerra travada contra o próprio primo do czar, o kaiser da Alemanha, Guilherme II, fatores que alimentaram a Revolução Russa.

Já, com Georgui mais velho e vivendo em Londres, o autor nos mostra como foi difícil a vida dos estrangeiros que viviam ali durante a II Guerra, e como era o dia a dia com as ameaças de bombardeio e a ansiedade sempre que as sirenes de alerta tocavam a cada noite, além das cicatrizes quer restaram no povo londrino após a guerra.

Nesse livro, o autor conseguiu transformar uma história que poderia ser mais um grande clichê em uma história belíssima, que fala sobre o amor verdadeiro, aquele que vai muito além do “e viveram felizes para sempre”,  amor que não se alimenta da perfeição dos contos de fada, mas que sobrevive ao cotidiano e às dores da vida.

Recomendo completamente!!!!

Beijos...
Fefa Rodrigues

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Agosto – Rubem Fonseca


Minha primeira leitura desse escritor e de um romance histórico brasileiro, o livro utiliza como pano de fundo o dias que antecedem o suicídio de Vargas no mês de agosto de 1954. A história, que mistura ficção e realidade, se inicia com o assassinato de um rico empresário que poucos dias antes havia participado de uma negociata com o Banco do Brasil e conseguido uma licença milionária para exportação de café. O responsável pela investigação é o comissário Mattos, um policial honesto, que estuda para o concurso da magistratura e leva seus deveres a sério. Tão a sério que acaba colecionando inimigos durante a investigação.



Ao mesmo tempo em que acompanhamos essa investigação, que envolve vários nomes importantes, entre deputados, senadores, ministro e todo tipo de gente envolvida com política, vai sendo narrado, paralelamente, os acontecimento nacionais desencadeados após o atentado contra Lacerda, e que acabou por matar um major da aeronáutica.

O atentado mal sucedido, e colocado em prática por Gregório, chefe da guarda pessoal do presidente, conhecido como Anjo Negro é o estopim para que os militares e toda a oposição iniciassem uma campanha exigindo a renúncia de Vargas, o que, como todos sabem, culmina com seu suicídio.

Quando comprei o livro, acreditava que a história seria narrada a partir de uma maior proximidade com o presidente. Na verdade isso não acontece, a gente vai seguindo a investigação de Mattos e entre a história as noticias sobre os acontecimentos da política nacional vão aparecendo.

Um livro interessante, para quem gosta de política – e para mim que vivo em meio a política -, e confesso que ao final fiquei pensando como esse mundo é ingrato, como um dia Vargas foi o homem temido que foi e chegou a uma situação de traição por parte de seus companheiros mais próximos. Acredito que, por conta de sua personalidade e de tudo que ele já tinha passado, o suicídio foi a única resposta digna que o presidente poderia dar.

Disse ele “deixo a vida para entrar para a história”, e essa sua profecia se realizou, afinal, quem conhece Lacerda? Mas quem não conhece Vargas?

Uma boa leitura gente!! Gostei.
Agora iniciei a leitura de O Palácio de Inverno e estou gostando!!

Beijinhos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

Minhas férias estão chegando, então, depois de uma semana viajando, eu volto e vou colocar tudo em dia aqui!!!

terça-feira, 26 de março de 2013

A Rainha Branca – Philippa Gregory


Este livro foi meu primeiro contato com essa escritora de romances históricos que sempre tem como foco a monarquia da Inglaterra (aliás, há alguma fonte mais proveitosa do que a história da Inglaterra para nossos amados romances históricos?). Claro que, sendo o Cornweel o escritor de romances históricos mais lido por mim, ele acaba sendo o ponto de comparação, então fui para esse romance tendo os dele como comparativo.



Vou resumir a história antes de fazer meus comentários sobre o livro. O romance começa com Elizabeth Rivers, uma mulher belíssima e que teve seu marido morto na guerra entre os York e os Lancaster, parada junto a estrada, aguardando Eduardo York, que acabou de tomar para si o trono da Inglaterra. Apesar de sua família ser lancasteriana e seu marido ter morrido lutado pelos Lancasters, ela espera conseguir o favor do jovem rei para retomar sua herança, já que sua cobra, quer dizer, sua sogra, se apossou de suas terras. E é assim que ela conhece o lindíssimo Eduardo e, com sua beleza, inteligência, malícia e um toque de mágica conquista seu coração.

Os dois se casam em segredo e, quando Eduardo retorna de sua campanha vitoriosa, retoma Elizabeth, porém, seu casamento com ela até então era segredo e nem seus conselheiros mais próximos sabiam disso. Esse casamento contraria as expectativas de Warnick, seu mentor, que pretendia casar o rei com uma princesa francesa. Elizabeth então vai para a Corte e começa a “ajeitar” a vida de sua família, o que gerea ciúmes de muitas famílias mais tradicionais do que a dela. Além da antipatia de muitas das famílias mais importantes, Warnick acaba traindo o jovem rei e se unindo a Margareth d'Anjou, a francesa esposa do Rei Henrique e que foi deposta juntamente com seu marido pela casa York. Ou seja, as guerras pelo trono recomeçam, e então passamos a acompanhar os quase vinte anos de união de Eduardo e Elizabeth e suas lutas para manter o trono, garantir a segurança de sua família, a paz do no país e gerar herdeiros.

Já nas primeiras páginas do livro eu me apaixonei. Me apaixonei por Eduardo, e por Elizabeth e por sua mística mãe, Jacqueta. Estava adorando a história, torcendo para ele voltar da guerra e os dois ficarem juntos, mas, quando isso enfim acontece, achei que as coisas começaram a ficar muito monótonas. Isso porque, em meio a tantas batalhas e guerras, a gente só acompanha Elizabeth e sua vida na corte, e como a vida dessas mulheres era sem graça!!!

Então, para nós que estamos acostumados com sangue jorrando para todo lado nos livros do Cornweel, com batalhas, paredes de escudos e flechas disparadas por exímios arqueiros, ficar ao lado dessa rainha, em frente a lareira, aguardando notícias do campo de batalha é muito sem graça, por isso é que, para mim, essa fase do livro deixa a desejar. Achei que faltou um pouco de “fantasia” cobrindo as lacunas da história, um “recheio” para a realidade sem emoção. Acredito que é o que Cornweel teria feito, criado algo que tornasse esses dias interessantes, algo que os livros de história não contam. É verdade que no livro, por duas vezes Elizabeth consegue influenciar a batalha com seu "poder" sobre a ação da água, mas é coisa pouca. Podia ter mais ação. 

Outro ponto que eu percebi é que esse é um romance para mulheres. Acredito que, dificilmente, um homem vai gostar de ver a história pela ótica feminina e, nós mulheres que gostamos de ação e de emoção, também acabamos achando meio água com açúcar. Por isso que eu acho que faltou um pouco de “intrigas palacianas” e de fantasiar com os personagens e com os acontecimentos históricos... talvez um toque de ousadia tivesse deixado as coisas mais interessantes.

Mas então o Rei Eduardo, após conseguir consolidar seu trono, depois de sair invicto de todas as batalhas que lutou, morre de febre, deixando dois filhos herdeiros, Eduardo, príncipe de Gales, com 12 anos e Ricardo, com 5 anos, além de seu irmão que quer ser rei, também chamado Ricardo, e que foi nomeado pelo Rei Eduardo, em seu leito de morte, como guardião do príncipe. Tem também outros dois pretendentes ao trono da Inglaterra, o Duque de Buckingham e ninguém menos que Henrique Tudor, que está exilado na Bretanha desde a infância, mas que, juntamente com a mãe, está só esperando o momento para retornar e tomar o trono.

Ricardo, o tio, na maior “trairagem”, sequestra o Príncipe Eduardo e o prende na Torre de Londres,  consegue que o Parlamento declare que o casamento de Elizabeth e Eduardo foi obra de bruxaria e que não tem validade e que seus filhos, portanto, são bastardos, o que o torna o herdeiro do irmão e enquanto viaja pela Inglaterra afirmando seu reinado, Elizabeth se refugia na Abadia de Westeminter com suas cinco filhas e com o pequeno Ricardo, e de lá tenta organizar a oposição ao falso rei. E é ai que a história começa a ficar mais interessante, mais emocionante, porque a partir dai a gente acompanha sua ação, mesmo de dentro da abadia, para tentar derrubar Ricardo e restaurar o Príncipe Eduardo.

A partir dai, já estamos nas últimas 100 páginas do livro, mas a história fica muito emocionante e o livro acaba bem na hora em que Elizabeth tem tudo em suas mãos para restaurar o poder de sua família. Como é um romance histórico, a gente já sabe como algumas coisas vão terminar, mas a deixa final torna irresistível a leitura do segundo volume que, até onde eu sei, ainda não foi publicado. 

Então, amigas e amigos, eu posso dizer, ao final da leitura, que foi um livro que eu gostei muito, apesar desses pontos levantados e que, para quem ama história, é uma delícia de ler. Então coloco ele como dica de leitura!!! Gostaria de uma opinião masculina quanto ao livro, para avaliar se eu estou certa em afirmar que é um livro que vai agradas as mulheres.

É isso ai gente, agora minha leitura será Agosto, do Rubem Fonseca, um romance histórico sobre os últimos dias de Getúlio Vargas. O livro é pequeno e com esse feriado pela frente, acredito que vou ler bem rápido.



Beijos e boas leituras...
Fefa Rodrigues

domingo, 3 de março de 2013

O Príncipe da Névoa - Zafón

"Num universo infinito, havia muitas e muitas coisas que escapavam à compreensão humana."

"As lembranças ruins perseguem você sem que tenha que carregá-las consigo"

Eu amo as histórias do Zafón!! É engraçado como as histórias dele me lembram coisas que eu sempre gostei, desde crianças, coisas que sempre me atraíram, como cemitérios, casarões abandonados e histórias sinistras e os mistérios que envolvem esses lugares. E, novamente, não me decepcionei com esse livro que é, na realidade, o primeiro que ele escreveu para participar de um concurso literário de romances para o público infanto-juvenil. Livro bem pequeno, por sinal.

São apenas 180 páginas para contar a história de Max, um garoto de 13 anos que, fugindo da guerra, se muda com a família – pai, mãe e duas irmãs, para o litoral. Assim que eles chegam a pequena cidade, Irina, a irmã mais nova, adota um gato negro de olhos amarelos com um olhar sinistro. No segundo dia na cidade, coisas estranhas começam a acontecer e Max, e sua irmã Alicia, Roland, garoto da cidade que se tornou amigo dos dois irmãos, descobrem um estranho jardim de estatuas nos fundos da casa, descobrem também que os antigos moradores do local tiveram um filho, que morreu afogado na praia em frente da casa.

Os acontecimentos estranhos como vozes que saem do fundo de um guarda-roupa, pesadelos com um palhaço com dentes de lobo, e um estranho acidente com a pequena Irina parecem estar de alguma forma ligados a história de Orfheu, um navio que naufragou naquela baía e, claro, com a morte do pequeno Jacob.

Como é uma história curta, não dá para entrar em muitos detalhes sem “falar de mais”, e, exatamente por se um livro curto e cheio de mistérios é coisa para se ler em um dia, no máximo dois (Acredito que a Fê, do Na trilha, vai ler em menos tempo até!!).

Li tudo do Zafón que foi publicado em português e não teve um livro que não valeu a pena a leitura!!!

Agora, apesar da forte vontade voltar a Westeros, decidi ler A Rainha Branca, primeira vez que leio algo de Philippa Gregory, mas acho que vou gostar!!!!

Beijos e boas leituras!!!
Fefa Rodrigues

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Grandes Esperanças – Charles Dickens





“Em suma, fui covarde demais para fazer o que eu sabia ser certo, tal como fora covarde demais para evitar fazer o que sabia ser errado.”

Essa foi a segunda obra que eu li desse autor por quem eu me interessei muito desde que descobri que se tratava de um dos autores preferidos do C. S. Lewis – a primeira foi Um Conto de duas Cidades. Estava sentindo falta de ler um clássico, umas dessas obras grandiosas que poucos escritores conseguem produzir. É interessante esse traço que eu notei em grandes obras como Os Miseráveis, Guerra e Paz, Um Conto de duas Cidades, Germinal e agora em Grandes Esperanças e que, deve até ter um nome técnico, mas que para mim é a capacidade de contar uma grande e profunda história a partir de acontecimentos simples e cotidianos.

Talvez por isso é que a gente acabe aprendendo tanto sobre a natureza humana com essas obras, e talvez, por isso é que elas se tornem clássicos. De qualquer forma, apesar de não ser uma história cheia de grandes acontecimentos e de emoções fortes, o que acaba tornando a leitura um pouco mais morosa, a verdade é que são histórias que irão influenciar gerações para sempre.

Vamos a um breve relato da história. Pipi é um garoto órfão de pai e mãe, que é criado por sua irmã mais velha, uma pessoa dura, rancorosa e um tanto agressiva, e por Joe, o esposo de sua irmã, um ferreiro que apesar de ser um tanto rústico é uma pessoa amorosa, e com quem o menino tem muita afinidade e uma amizade profunda. A história começa quando Pipi está visitando o túmulo de seus pais, em um charco distante de sua vila, e é surpreendido por um forçado que havia fugido das presigangas que exige que o garoto lhe traga comida na manhã seguinte, jurando que, caso não o faça, seu companheiro irá matá-lo. O garoto sofre durante toda a noite com o dilema moral de furtar comida da sua própria casa para preservar sua própria vida e, apesar de todo o medo de levar uma surra de sua irmã caso fosse descoberto, ele acaba alimentando o fugitivo sem que ninguém descubra.

“Foi para mim um dia memorável, pois causou grandes mudanças em mim. Mas é assim com todas as vidas. Imagine que um determinado dia fosse eliminado de sua vida, e pense em todas as consequências que isso teria sobre o resto dela. Para e pensa, tu que me lês, por um momento, na longa cadeia de ferro ou ouro, de espinhos ou flores, que jamais teria te cingido, não fosse a formação do primeiro elo, num dia memorável.”

Após essa primeira cena que parece não ter qualquer ligação com o resto da história (isso também acontece em Um Conto de Duas Cidades) a história de Pipi muda de foco. Sua casa é sempre frequentada por três parentes insuportáveis que tratam mal tanto o garoto como Joe, mas que são adorados pela irmã. Em certa ocasião, um desses parentes que é comerciante na vila, comunica a irmã de Pipi que a Sra. Havisham, uma rica e excêntrica mulher que vive enclausurada em sua mansão, deseja a companhia de um garoto. O garoto então começa a frequentar a casa da rica mulher semanalmente, onde, além de fazer companhia para a velha que não sai de sua casa desde o dia de seu casamento que não se realizou, cujos relógios estão parados na hora em que a cerimonia ocorreria, que a mesa da festa ainda está posta e que ainda festa o vestido de casamento, conhece e se apaixona por sua filha adotiva, Estella.
Mas Estela foi ensinada a não amar, a zombar dos homens, a ser orgulhosa de sua beleza e seu destino é vingar o mal que um dia se fez a sua mãe adotiva e, percebendo que o menino se apaixonou por ela, passa a esnobá-lo, sempre apontado sua grosseria, sua origem humilde e sua falta de elegância e conhecimento.

“É impossível saber até onde a influência de um homem simpático, honesto, e cumpridor de seus deveres se estende no mundo; mas é perfeitamente possível saber até que ponto essa influência tocou a nós.”

A partir dai, depois de viver um tempo em meio à riqueza e apaixonado por Estella, Pipi começa a desprezar o mundo em que vive, e até mesmo Joe, seu grande e fiel amigo e protetor, pois via em tudo algo que desagradaria Estella. Pipi então se torna insuportável e tudo piora quando sua sorte parece mudar.
Um dia ele é visitado pelo Sr. Jaggers, advogada da Sra. Havisham que vem lhe fazer uma proposta. Pipi havia se tornado herdeiro de uma grande fortuna, mas, para fazer jus a ela, ele deveria mudar-se para Londres, aonde iria se preparar para se tornar um cavalheiro. Lá ele iria estudar e frequentar os melhores lugares, se tornar refinado. Mas havia algumas condições, uma delas é de que ele jamais deveria questionar acerca de quem era seu bem feitor e a outra é de que ele deveria sempre manter o nome de Pipi.

“não há verniz que esconda os veios da madeira, e quanto mais se enverniza a madeiras, mais os veios se manifestam”

Era tudo que ele queria e, crendo que sua bem feitora era a Sra. Havisham e, por vários outros motivos, crendo que ela tinha destinado a ele a bela Estella, Pipi abandona sua família (dua irmã havia adoecido profundamente, vivendo um tipo de coma e sua mais antiga amiga, Byddi, havia se tornado empregada da casa para ajudar a cuidar dela, e estava apaixonada por Pipi).

“Assim é que, no decorrer de nossas vidas, nossas maiores fraquezas e mesquinharias costumam ser motivadas pelas pessoas que mais desprezamos.”

Em Londres, com dinheiro de sobra, Pipi se torna um inútil. Não faz nada a não ser gastar demais e viver remoendo seu amor não correspondido por Estella. Também conhece Hebert, esse um bom amigo e de bom caráter, mas que muitas vezes é influenciado pela conduta displicente de Pipi. E assim a história vai, e Pipi se torna uma pessoa cada vez pior... ele corta todo seu relacionamento com Joe e Byddi, mesmo após a morte da irmã, e se deixa deslumbrar pela riqueza de que dispõe.

“Jamais se guie pelas aparências; sempre se funde em dados concretos. Não há melhor regra que essa.”

As coisas mudam quando Pipi enfim descobre quem é seu verdadeiro bem feitor e percebe que Estella vai se casar com uma das pessoas que ele mais despreza, apenas como vingança pelo sofrimento da Sra. Havisham. E então é que o autor demonstra sua genialidade. Na transformação e caráter que Pipi sofre. Não vou entrar em detalhes sobre a história, pois sendo um livro que eu acredito que todos deveriam ler, não quero contar demais.

Quanto a minha opinião sobre o livro, como disse acima, é mais uma dessas obras que me fazem apreciar a genialidade de um escritor. Claro que eu amo Cornweel, Martin, Zafón... eles são ótimos, mas há algo de especial em alguns escritores, especificamente em Victor Hugo, Tolstoi e Dickens, algo que os coloca em um patamar diferente, mais elevado, algo que os torna fonte de inspiração.

Então, acredito que é um livro para ser lido com toda certeza!!!

Gente, foi uma postagem longa, mesmo eu tendo feito apenas uma pincelada da história, e há tanto o que se falar da obra que não dá para por tudo aqui, portanto, leiam!!!

Agora, eu tinha decidido ler A rainha Branca, mas como acabou de chegar O Príncipe da Névoa e ele é bem curtinho, vou ler esse do Zafón antes... vai ser bem rapidinho pelo jeito!!!



Beijos,
Fefa Rodrigues


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Trepidante Caminhar da Humanidade

Como prometi a mim mesma - e contei na postagem anterior - decidi separar meu tempo diário para fazer as coisas que eu gosto, dentre elas, ler e, dentre as leituras, ler sobre a II Guerra. Então, na segunda-feira, comecei a ler esse livro que já tinha comprado faz um tempão e que ainda não tinha tido tempo de tirar o plástico.


Quando li o prefácio da obra fiquei um pouco desanimada ao descobrir que o autor é um engenheiro e não um historiador. Já imaginei um texto moldado pelo pensamento lógico dos adeptos das ciências exatas. Mas estava enganada. Ainda não terminei a leitura das 680 páginas, mas li toda a parte sobre a Revolução Francesa (o autor se propõe a traçar a história desde a Revolução até a Guerra), e estou apaixonada pela leitura, leve, direta e completa.

Para quem gosta do assunto, considero o livro essencial para a compreensão dos fatos de forma ampla. E vale a pena a leitura pela forma com que o autor escreve.

Super indicio e super feliz com a retomada do tempo dedicado às minhas paixões... inclusive as aulas de francês que recomeçam na próxima semana!!!

Beijos;
Fefa Rodrigues

 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um Violinista no Telhado

Há muito tempo, bastante mesmo, durante um culto, o pastor utilizou um trecho desse filme como ilustração para sua pregação. Como vocês sabem, eu tenho uma boa memória, então, não esqueci daquele comentário, mesmo tendo, na época, por volta de 13 anos, mas acabei nunca vendo o filme. 
 
Ontem, domingo chuvoso e sem namorado que estava de molho curtindo uma gripe forte, decidi escolher um clássico no Netflix para assistir, e essa foi a escolha. Um musical de 3 horas de duração que agora se tornou um dos meus filmes preferidos.


O musical conta a história de Tevye, um leiteiro pobre que vive em um vilarejo de judeus na Ucrânia e que tem cinco filhas mulheres. Como um bom judeu, Tevye dá uma enorme importância às tradições como uma forma de manter a vida de todas nos trilhos e uma das tradições mais fortes entre os judeus é a escolha do noivo pelo pai, por meio da intervenção de uma casamenteira.Mas, o mundo está mudando, e as filhas de Tevye querem escolher seus maridos. 
 
Outro ponto forte do livro é a situação de convivência pacífica entre judeus e cristãos, que acaba por ordem do czar que determina a saída de todos os judeus da região,d ando início a sua imigração para os Estados Unidos.

O filme é lindo. Gostei muito de ver sobre os costumes judeus, e foi especialmente bonita a comemoração do Sabá. As histórias de cada uma das filhas de Tevye também são lindas, a primeira se casa com um judeu amigo de infância, a segunda com um judeu comunista e a terceira se casa com um cristão. A relação de Tevye com sua esposa Golde é divertida, e outra cena que eu amei (e que foi a comentada pelo pastor há tantos anos) foi quando ele pergunta para a esposa se ela o amava, já que eles tinham sido escolhidos pelos pais um do outro.


Apesar de algumas cenas tristes, o filme é bem divertido. Em resumo, apaixonante!! Sem dúvidas, um dos melhores filmes que já vi... poesia em forma de sétima arte!!! Gostaria de ter tido a oportunidade de ver o musical em São Paulo... se um dia ele se repetir, certamente irei ver!!!

Fica ai uma dica!

Beijos,
Fefa Rodrigues

PS: anciosa pela estréia de Os Miseráveis!!!