quinta-feira, 26 de julho de 2012

Amor Feinho

Amor Feinho

Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

                                  - Adélia Prado -

Não morri gente, só super ocupada!!
Em breve comentários de nossa leitura conjunta!!
 
Beijos,
Fefa Rodrigues


segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Prisioneiro do Céu – Zafón

Há algo de muito próximo entre Zafón e Gabo. Eu sei que, especialmente para aqueles que tem um conhecimento técnico do assunto, uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas, para mim, a mesma sensação de entrar em um mundo próprio acontece quando leio as obras destes dois escritores. Eu acredito que seja pela forma com que suas histórias são sempre repletas dos “absurdos da vida” de modo a tornar a realidade das pessoas um tanto mágica. Para mim, estes dois escritores conseguem ver a magia que há na vida comum.



A capa de O Prisioneiro do Céu diz que se trata da continuação de A Sombra do Vento, mas os comentários iniciais dizem que, apesar de as três histórias – O Jogo do Anjo, A Sombra do Vento, e O Prisioneiro do Céu – estarem interligadas, elas podem ser lidas separadamente e em qualquer sequência.

Acima eu coloquei os livros na ordem cronológica em que as histórias se passam, mas eu li A Sombra do Vento primeiro (e me apaixonei perdidamente por Zafón), depois li O Jogo do Anjo e agora O Prisioneiro do Céu, e acredito que esta seja a melhor sequência para se fazer a leitura porque lendo A Sombra do Vento (e relendo diversas vezes como eu fiz), a gente passa a conhecer melhor essa Barcelona cheia de mistérios, seus personagens tão apaixonados por literatura quanto nós e lugares míticos como O Cemitério dos Livros Esquecidos. Assim, acredito que a leitura dos outros dois livros acaba sendo mais proveitosa já que estamos muito familiarizados com os personagens e lugares por onde vamos andar se lermos primeiro A Sombra do Vento.

Bem, O Prisioneiro do Céu é um livro pequeno, são apenas 246 páginas nas quais vamos acompanhar Daniel Sempere, agora casado com sua amada Bea, trabalhando tranquilamente na livraria da família em companhia de seu pai e de seu bom amigo Fermín que está prestes a se casar com Bernarda. São vésperas de Natal e Daniel está sozinho na loja quando uma estranha figura entra no lugar e pede para ver o livro mais raro da livraria, uma edição de luxo de O Conde de Montecristo.

Daniel percebe que o cara não é exatamente alguém apaixonado por livros, mas que aceita pagar a estrondosa quantia de 35 pesetas pela obra, então ele se vê obrigado a vender o livro. O homem então faz uma estranha dedicatória no livro e diz para Daniel fazer a entrega. A dedicatória dizia:

Para Fermin Romero de Torres,
que retornou dentre os mortos
e tem a chave do futuro. 13”

Assim é que, com a aparição daquele fantasma de seu passado Fermín tem que contar para Daniel que, na verdade, a vida deles está ligada desde muitos anos antes, desde uma promessa feita a David Martin (personagem de O Jogo do Anjo) envolvendo a mãe de Daniel e o sinistro passado de Fermín nas prisões de Franco.

O livro segue o mesmo estilo dos anteriores, cheio de frases pra gente grifar, com aquele cinismo ótimo do Fermín e o jeito doce e meio abobado de Daniel. Na realidade, me pareceu mais uma preparação para o que está por vir. Como eu disse acima, é uma história curta que fecha alguns “buracos” que ficaram abertos nos outros dois livros. E cria alguns outros mistérios.

Sinceramente, só vai gostar deste livro quem leu os outros dois, então minha dica é se você ainda não leu Zafón, NÃO comece por este. Se você já leu A Sombra do Vento, então leia O Jogo do Anjo e você então não vai resistir à leitura de O Prisioneiro do Céu, além disso, vai perceber, porque o autor deixa isso bem claro, que as histórias de Daniel Sempere estão apenas começando.

Beijos e boa leitura!!
Fefa Rodrigues

PS: Hoje começamos a leitura conjunta de Do Amor e Outros Demônios, todos estão convidados!!!





quinta-feira, 12 de julho de 2012

Morte dos Reis

Ôh! Coisa Boa!!! Comprar livros... poucas coisas são tão prazerosas!! Na terça fui ao shopping com o Davi e entramos numa livraria "só pra olhar", afinal, tínhamos prometido não comprar nada novo até que eu lesse o que está me esperando na estante, mas... como resistir ao novo livro da série Crônicas Saxônicas do Bernard Cornwell??


Então, ele veio pra casa...e agora Uhtred está ali na minha estante, aguardando pra contar mais um pouco de sua hitória e de suas infindáveis lutas!!


Diz, ai... dinheiro mais bem gasto, né não?!?!

Beijos,
Boa leitura...
Fefa Rodrigues

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Historiador - Elizabeth Kostova

Termino este livro com aquela sensação de deixar um bom amigo para trás. Um livro que eu amei, me apaixonei totalmente e que foi dica da minha amiga aqui do blog, a Orquídea, quando eu pedi sugestões de literatura vampiresca.


Eu nunca tinha lido nada sobre vampiros, apesar deles estarem bem na moda atualmente, então, comprei este livro imaginando algo tio Crepúsculo ou Fallen (séries que eu ainda não li), mas fui surpreendida por algo de muito mais conteúdo. Acredito que um livro que tem tudo para se tornar um clássico ao melhor estilo Entrevista com Vampiro ou Drácula.

A história começa quando uma garota americana, que vive em Amsterdã com seu pai que trabalha na diplomacia, encontra na biblioteca de sua casa um livro estranho, feito de pergaminho muito antigo e que não tem nada escrito em suas páginas, exceto pelo desenho de um dragão bem no centro. Junto daquele objeto estranho, a menina encontra cartas datadas da década de 30, estranhamente endereçadas a “Meu desafortunado sucessor”. Depois de ler aquelas cartas, a garota fica intrigada e cria coragem para perguntar a seu pai o que tudo aquilo significa.

O pai, Paul, decide levar a filha a algumas de suas viagens de trabalho, e eles andam por várias cidades europeias visitando mosteiros e castelos medievais, e a cada parada seu pai conta um pouco sobre seu professor e orientador de doutorado, Bartolomeu Rossi, que um dia, assim como ele, encontrou (ou foi encontrado) por um daqueles estranhos livros e para onde suas pesquisas o levaram até seu misterioso desaparecimento.

E é assim que, a partir das cartas de Rossi, contando sobre suas pesquisas nos anos 30 e depois pela narrativa de Paul, sobre suas próprias buscas na década de 50, nós vamos conhecendo toda a história real de Vlad Tepes III, soberano da Valáquia, e mais conhecido como Drácula, o Empalador.

Eu gostei especialmente da parte em que Paul e sua amiga Helen começam a realizar a pesquisa juntos, seguindo pistas como livros antigos, panfletos medievais sobre vampirismo, lendas e canções folclóricas eles buscam encontrar a localização da tumba de Drácula que não é o Lago Snagov como todos acreditam ser. Para quem ama história e adoraria visitar bibliotecas esquecidas em mosteiros da Idade Média e olhar e tocar manuscritos medievais, esta livro é perfeito (Ah!!! Se eu ainda fizesse Caças ao Tesouro em nossos carnavais!!!).

O livro me lembrou – em partes – o livro O Código Da Vinci, por esta questão de pistas escondidas na história e em seus símbolos!!

Então ai é que foi minha surpresa, é verdade que durante essa busca acadêmica, eles acabam descobrindo que a existência dos mortos-vivos não é apenas uma lenda de pessoas simplórias dos remotos campos da Europa oriental, mas uma realidade que os persegue por suas andanças por Istambul, Hungria, Bulgária e Romênia e até pelas modernas ruas dos Estados Unidos, mas o foco da história são as questões históricas, as lendas envolvendo Drácula e quem foi esse realmente esse homem que, seja pela lenda, seja pelos feitos, se recusa a morrer.

Não há vampiros por todos os lados querendo morder jovens inocentes, mas há uma constante presença do mal que chegou a me dar calafrios. E no fim a gente acaba por descobrir que temos um lado em comum com Drácula!!:o)

Um livro que eu indico totalmente, para quem gosta de vampiros e para quem gosta de um romance muito bem escrito, uma narrativa deliciosa e um ótimo mistério a se resolver!!! (E que me fez pensar o tempo todo “porque, afinal de contas, eu fiz Direito e não História?”).

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues


PS: Ontem, eu estava em uma livraria no shopping comprando Morte dos Reis, sexto livro da série Crônicas Saxônicas do Bernard Cornwell, quando ouvi uma mocinha falando com a vendedora. Ela queria um livro de vampiros, mas tudo o que tinha na livraria ela já tinha lido. Então, interrompi a conversa delas e falei sobre O Historiador, disse que era sobre o Drácula e que era muito bom, e ela se interessou e resolveu comprar. Sai de lá com uma sensação boa, a de perceber que nossa paixão por livros, diferente da maioria das paixões, tem a capacidade de criar laços entre as pessoas!!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cora Coralina

Poeminha Amoroso

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo... 

                                             Cora Coralina 

Doce como açúcar, não é?
Beijos,
Fefa Rodrigues