segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Guerra e Paz – Tolstoi

Falar sobre Guerra e Paz não é uma tarefa fácil, não é a toa que foram várias as vezes em que eu iniciei uma postagem sobre a obra, mas acabei desistindo, esperando que em outra oportunidade tivesse inspiração para escrever algo melhor. A verdade é que, por mais que se leia comentários sobre a obra, por mais que se pesquise o que os experts em literatura russa escreveram sobre o assunto, só é possível entender a grandiosidade deste livro depois de lê-lo.

Acredito que nem mesmo enquanto estamos lendo conseguimos perceber isso. É preciso terminar a leitura e olhar para ela, para seus personagens e para a vida de cada um deles, agora, com um novo ponto de vista sobre literatura, sobre história e, principalmente, sobre o próprio espírito humano, para entender quão fascinante a obra é.

Para mim, que não sou especialista em literatura, mas apenas uma amante de livros, Guerra e Paz e Os Miseráveis são o ápice da capacidade humana em escrever. Mais uma vez, tomo emprestada uma frase do Ricardo Gondim para expressar o quanto considero estas duas obras especiais e importantes. Certa vez li um texto em que ele dizia que “ninguém deveria morrer sem ler Os Miseráveis”, concordo, mas peço licença para mudar um pouco a idéia e acrescentar que “ninguém deveria viver sem ler Os Miseráveis e Guerra e Paz”. Considero que é algo para se fazer na vida, assim como conhecer Paris!

Falar em resumo de Guerra e Paz me soa estúpido. É uma obra que não se resume, apenas se busca expressar o quanto é bela e poderosa! Vou arriscar uma breve pincelada acerca da história, sem qualquer pretensão.

O livro gira em torno da história dos membros de algumas das mais importantes famílias da Rússia, durante a época da invasão do país pelas tropas de Napoleão, os Bezukhovs, Bolkonskys e Rostovs. Os personagens centrais da trama são Pedro Bezukhov, filho bastardo de um poderoso e rico conde que reconhece sua paternidade no leito de morte, tornando-o seu único herdeiro.

Pedro, que tem um coração bondoso, mas não tem a malícia para a vida em sociedade, é muito amigo do príncipe André Bolkonskys, casado com Lisa, uma mulher encantadora, mas que está um tanto desencantado com a vida matrimonial, o que o leva a se tornar ajudante de campo e partir para a guerra deixando a esposa grávida na fazenda de seu pai, um velho chato e arrogante, que vive com a filha mais jovem, a bondosa Maria.

De outro lado, Pedro tem grande intimidade com a família Rostov, que será o ponto principal da história, onde todos os outros se enlaçam. O Conde Rostov tem quatro filhos, o mais velho está a caminho do servir o exército e a mais jovem, Natalia, é uma bela moça, muito ligada a Pedro, mas que, desde a primeira vez que vê o príncipe André, sente algo especial por ele.

A história se desenrola a partir das relações entre estes personagens, e é interessante como as coisas vão acontecendo como se fossem reais, ou seja, cada uma das ações dos personagens tem suas conseqüências como na vida. O autor não interfere para salvar os personagens de suas decisões erradas e das conseqüências que elas trazem.

Guerra e Paz foi um daqueles livros que habitaram meu imaginário por muito tempo, mas que eu nunca tinha encontrado um exemplar para ler até que, quando me formei, minha mãe me perguntou onde poderia comprar o famoso anel de rubi e eu pedi que o valor do anel se convertesse em livros, para que eu pudesse iniciar minha tão sonhada biblioteca. Na loja, fui apresentada para edições especiais, com capa dura e ilustrações de grandes artistas, box de luxo e a essa edição mais simples que acabou sendo a escolhida, afinal eram tantos livros que eu queria comprar...


Foi uma leitura emocionante. Marcante. Essencial para minha formação como pessoa e como amante das letras!
Então, um dia escolha ler Guerra e Paz.

Beijos e Boa Leitura...
Fefa Rodrigues.

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