quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Seara Vermelha – Jorge Amado

Jorge Amado é o escritor brasileiro que eu mais gostei, apesar de não ser o que eu mais li. Nunca estive na Bahia, mas, depois de ler as obras dele, é como se a gente conhecesse bem aquele estado, aquele povo, seus costumes, seu jeito de ser.


O primeiro livro dele que li foi Capitães de Areia e o que mais gostei foi Mar Morto, mas Seara Vermelha também é muito bom e foi um dos vários que fizeram as horas que eu passava na aula de economia durante a faculdade valerem a pena!!!  

A temática abordada é a vida de retirantes, neste caso, viajando em direção a São Paulo e todas os sofrimentos pelos quais se passa nessa trajetória. É mais uma obra que narra as injustiças sofridas por aqueles que viviam no sertão.


A história começa quando um novo dono chega a uma das mais antigas fazendas do sertão e, sem motivo algum, demite todos os empregados ali existentes, até mesmo aqueles que viviam ali há mais de vinte anos. Sem perspectiva, a família de Jerônimo, um dos agregados mandados embora, decide partir para São Paulo, em busca de uma vida melhor. Ao todo, onze pessoas de sua família deixam a fazenda, pela primeira vez em suas vidas, e iniciam a trajetória que será feita parte a pé, parte de návio pelas águas do São Francisco, mas apenas quatro chegarão ao destino.

Num segundo momento, a história passa a narrar a vida dos filhos de Jerônimo que já haviam deixado a fazenda muito antes de seus pais. Acompanhamos o trágico episódio em que o acampamento de Estevão, um beato que vivia no sertão, é atacado pelo polícia, tendo de um lado um dos filhos de Jerônimo e ao lado dos cangaceiros, outro de seus filhos. 


Outro filho de Jerônimo participa da campanha do exército contra a Revolução Constitucionalista e, depois do fim da revolução, promovido, vai servir na fronteira com a Colômbia. Após acontecimentos desesperadores, o personagem é transferido para Natal, onde se envolve no levante comunista e acaba preso. Ao final, anistiado, este último filho de Jerônimo passa para a militância comunista.

Por mais que hoje em dia eu prefira ler livros de fantasia e romances históricos, tenho certeza de que a literatura, especialmente os clássicos e os livros dos grandes escritores, foi essencial para a minha formação, ajudaram em minhas idéias e na forma como eu vejo e entendo o Direito e o mundo, e acredito que, para meus planos futuros, essas leituras de outras épocas vão fazer muita diferença, dentre vários, este é um livro que me fez entender muito da história do meu país.

Mas, te todos os clássicos que eu li, acredito que Os Miseráveis foi o mais importante, o que causou maior impacto na minha vida e o que me fez ver os homens da forma como vejo hoje.

A grandeza desse livro foi reafirmada por uma frase que eu li em um texto do Ricardo Gondim. Ele disse que “homem nenhum deveria morrer sem ler Os Miseráveis” e eu só posso concordar!!!

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

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