domingo, 30 de outubro de 2011

Hoje te convido para...

Fazer um inventário do que te faz feliz.

Dia desses estava lendo Um Mundo Num Grão de Areia do Rubem Alves - por indicação e empréstimo da Aline - e em um dos texto que compõem o livro, chamado Sobre o Sofrimento e Sobre a Felicidade, ele falava um pouco de como grande parte de nossas infelicidades decorrem de uma doença que acomete nossos olhos, a inveja, doença esta que nos leva a trabalhar mais para que possamos comprar todas aquelas coisas de que, como nos convenceram o especialistas em marketing, depende nossa felicidade.

Então, ele cita uma poesia do Brecht, na qual o escritor faz uma lista de todas as suas felicidades, assim mesmo, no plural. O texto lista os seguinte motivos que lhe davam:

“A primeira olhada pela janela de manhã.
O velho livro de novo encontrado.
Rostos entusiasmados.
O jornal.
O cão.
Tomar banho, nadar.
Velha música.
Sapato confortável.
Perceber.
Música nova.
Escrever, plantar.
Viajar.
Cantar.
Ser amigo.”

Hoje eu vou esquecer todas as coisas pelas quais eu tenho que trabalhar tanto e vou inventariar as coisas que já me fazem feliz, que são motivo certo para um sorriso e que, aconteça o que acontecer, continuarão lá por que não são compradas com o “ouro por que ele não entra no céu” como diz a letra da música!!!

Ai vai meu inventário de felicidades, porque felicidade tem que ser sempre no plural!!!

“Cheiro de chuva,
cheiro de flor de laranjeira,
cheiro de flor de quaresmeira.
Pôr-do-sol.
A voz do Davi.
O sorriso da Dani. O sorriso do Léo.
O tempo com meus irmãos.
Meu pai tocando violão.
Minha mãe falando das razões da sua fé.
Livros novos.
Livros velhos.
Museus.
Correr.
Escrever.
Noite de Natal. Dia de Aniversário.
Verão. Piscina.
Pizza. Risoto. Sorvete e pudim.”

Um ótimo exercício para que a gente se lembre que a maioria das coisas que realmente importam já estão aqui ao lado. E isso me lembra um pequeno trecho do Mário Quintana:

“Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
procede tal e qual o avozinho infeliz:
em vão, por toda parte, os óculos procura,
tendo-os na ponta do nariz.”

Boa semana que se inicia a todos!!!
Besos!!!
Fefa Rodrigues

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Mundo de Sofia – Josteen Gaarder

Como a própria capa do livro já nos diz, este é um Romance da História da Filosofia.

Para mim este livro tem um “quê” especial porque foi presente do Davi no primeiro Natal que passamos juntos. Ele acertou em cheio me dando um livro, heim!!! Já contei que antes de nos conhecermos formalmente ele me chamava de A menina dos livros, porque sempre me via por ai com um livro nas mãos?!?


Para falar a verdade, nunca fui muito fã de filosofia. Na faculdade, junto com as aulas de economia, as aulas de filosofia eram um ótimo tempo para leituras diversas!!! Isso não é muito bom, já que Filosofia do Direito é importantíssimo para meus planos futuros, então, terei que passar a gostar... mas isso fica para o ano que vem!!!

Bom, mas vamos ao que interessa, que é o livro. Ele foi ótimo para mim, porque organizou na minha mente todas as informações que estavam lá dentro, mas esparsas, além disso, a forma como a história se desenrola facilita a leitura e a compreensão das diferentes escolas filosóficas, e o final é magistral!

Este é outro livro que simplesmente não aceita ser resumido. Então, apenas para uma visão geral, vou contar um pouco da história. Tudo começa quando a jovem Sofia Amundsen, um dia antes de completar quinze anos, começa a receber estranhos postais vindos do Líbano, com perguntas bem filosóficas como quem ela é e de onde ela, e o mundo no qual vive, vem. Na verdade, esses postais não são endereçados a ela, e sim a uma garota de nome Hilde Kang, que Sofia não conhece.


A partir destes postais e de suas perguntas, toda a história da filosofia vai sendo narrada, como em lições que a Sofia vai aprendendo dia-a-dia como aluna de um filósofo que também vai se revelando aos poucos, e essa descrição da evolução da filosofia vai se desenrolando enquanto outra história, da própria Sofia, vai acontecendo.

Para quem está lendo, parece que o filosofo, que depois de um tempo a gente descobre se chamar Albert, tem poderes sobrenaturais, tanto que ele leva Sofia, que vive na Noruega, para diversos lugares, como uma igreja gótica e um café francês, a fim de ensiná-la acerca do pensamento de grandes filosofos.

Eu gostei muito do livro, que para mim é, na verdade, dois. Um deles são as lições sobre filosofia, outro é a história de Sofia que parece um romance, e que tem um final muito legal. 

O livro é extenso, e não dá ser lido rapidamente, tem que ser lido com calma, digerindo as informações para que se retire dele tudo o que ele tem a oferecer, e também acho que é um livro para se ler mais de uma vez durante a vida... talvez com alguns anos entre uma leitura e outra, já que com o passar do tempo nossa visão do mundo muda, e poderemos enteder melhor várias coisas que são ditas nas páginas desta história!!

Beijos
Fefa Rodrigues

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Esta noite te convido para...

"Ver um mundo num grão de areia;
E um céu numa flor silvestre.
Ter o infinito na palma da sua mão;
E a eternidade numa hora."

- Willian Blake -


Já pensou em sair lá fora, olhar para o céu e se deslumbrar com a imensidão de estrelas sem fim?
Que tal agora, deixar o computador um pouco de lado e sair dar uma olhada no que é relamente belo?

Boa noite a todos!!!
Fefa Rodrigues

Um Mundo num grão de areia - Rubem Alves e participação especial da Aline!!!

Olá!!! Hummm... como é bom encontrar pessoas que compartilham das nossas paixões, não é? Quando a gente encontra alguém que entende a razão pela qual a gente ama tanto algo, as conversas fluem, a gente se empolga... fala sorrindo...

A Aline, minha amiga aqui do trabalho, compartilha da minha paixão pelos livros e, em especial, pelo Rubem Alves, então, sempre que ela lê algo dele, vem compartilhar comigo.

Hoje foi assim. Mas que bom que ela não apenas falou comigo sobre o livro, ela escreveu sobre o que leu e compartilhou com seus amigos pelo e-mail e... agora vou tomar a liberdade - com a autorização dela - para transcrever o que ela escreveu!!

Ah, algo que não podia deixar de comentar é que a Aline sempre tem umas comparações ótimas, umas figuras de linguagem perfeitas... foi assim quando ela comparou a leitura de vários livros ao mesmo tempo com a Ceia de Natal, quando ela comparou uma caixinha de ovos com uma certa realidade nossa e foi assim neste texto que ela escreveu.

Então, deliciem-se!!

"Aos meus mais que seletos amigos!

Escolhi, dentre os meus amigos, aqueles que apreciam a leitura, para enviar esse email.

Ontem fui no estudo bíblico na Central e ao término o Pr. Deuber emprestou-me um livro: Um mundo num grão de areia, do meu querido Rubem Alves. Chegando em casa sorvi-o de capa a capa. Genial, Rubem Alves, o homem que tira fotografias da alma humana.

Enqto lia, lamentava não ter um blog para postar os meus comentários e incentivar os leitores a conhecerem mais esse autor. Neste particular é que a Fefa brilhou ainda mais na minha mente. Para quem ainda não sabe, ela tem um blog maravilhoso:

http://apaixonadaporpapel.blogspot.com/

 no qual ela comenta os livros que leu e compartilha algumas curiosidades e belezas que encontra pelo caminho. É por isso que resolvi transcrever alguns temas e enviar para vc, Fer, e para mais alguns amigos que tb apreciam a leitura, a fim de que leiam Rubem Alves e conheçam o seu blog.

UM MUNDO NUM GRÃO DE AREIA – Rubem Alves

Os capítulos são autônomos entre si, então vc pode sacar qlq deles sem precisar saber o conteúdo do capítulo anterior. Ao todo são 20, mas eu escolhi alguns “sabores” - trechos, só para “fazer vontade”:

Começa comentando um filme – O Feitiço de Áquila - sobre um casal apaixonado, e um feiticeiro que se apaixona pela mocinha da história. O feiticeiro, utilizando-se de seus poderes, condena o casal, pelo resto de seus dias, a nunca se tocarem: ela durante o dia toma forma de águia e a noite o rapaz se transformava em um lobo. Restou aos dois aguardarem o pôr-do-sol, momento mágico, em que ambos adquiriam, durante uma fração de segundos, a forma humana, qdo quase se tocavam. O Final: após uma luta, o feiticeiro foi morto, o encanto quebrado e o casal, felizes para sempre.
Aí que entra a análise psicológica do Rubem sobre o lobo, o homem, a águia, a mulher, vivendo o relacionamento amoroso. Ele diz que essas figuras não desaparecem como nos contos fantasiosos. Afirma que o lobo e o falcão não sãos obras da feitiçaria:

“Todos somos amantes e lobos, amantes e falcões. Lobos e falcões jamais desaparecem. Eles são eternos. Eles moram dentro de nós. Será possível, então, um triunfo do amor? Sim. Mas ele não se encontra no final do caminho: não na partida, não na chegada, mas na travessia. O amor triunfa quando ele é capaz de abraçar o lobo e o falcão. Quando o amor abraça o lobo e o falcão, eles deixam de ser selvagens destruidores e passam a ser – se não amigos – pelo menos companheiros. Parafraseando Rilke: ‘Conter o selvagem, o selvagem inteiro, sem perder a doçura – isso é inefável!’”.

Como já de início expliquei os capítulos são independentes, não há uma seqüência, é um cardápio, não um livro comum. Então passo para o outro “sabor”:
Sobre o sofrimento e sobre a felicidade:

“Acho que sabedoria é saber sofrer pelas razões certas. Quem não sofre, quando há razões para isso, está doente (...). Quem é feliz sempre, e nunca sofre, padece de uma grave enfermidade e precisa ser tratada a fim de aprender a sofrer. Sofrer pelas razões certas significa que estamos em contato com a realidade, que o corpo e a alma sentem a tristeza das perdas e que existe em nós o poder do amor (...) toda experiência de amor traz, encolhida no seu ventre, à espera, a possibilidade de sofrer. Assim, a receita para não sofrer é muito simples: basta matar o amor”.

Outra boa do Rubem, ele fala sobre o medo, compara a luta de São Jorge com o dragão, o dragão nunca morre, a batalha se repete a cada dia, assim como o medo, nosso dragão. Conclui que o medo é parte da nossa alma, contudo, a diferença está se o medo nos fará rastejar ou voar, brilhantemente:

“Quem, a despeito do medo, toma o risco e voa, triunfa sobre a morte. Morrerá, quando a morte vier. Mas só quando ela vier.”

Fiz uma pausa - já estava terminando de ler o livro, pensei, esse Rubem Alves... ele é excelente, mas parece bagunçado, às vezes... acho q eu ainda tenho remédio rs pq as vezes acho que misturo tudo igual nesse livro: vários assuntos num só grão de areia.

Qual foi a minha surpresa, o último título: Sobre bagunça. Adorei!

Queridos, espero que vocês tenham gostado. Recomendo Rubem Alves. Não dá para resumir ou trocar as palavras dele, então, não considero que tenha feito uma resenha, só tentei “fazer vontade” p vcs, sabe qdo vc come um doce gostoso e fica descrevendo para quem ainda não experimentou ... a idéia é essa.
Bjos.”

Eu amo ler Rubem Alves, acho que ele é uma pessoa que não se deixou aprisionar por costumes e tradições, que teve coragem de ir além e acreditar em algo que tem muito mais razão de ser do que a maioria das coisas no que a gente acaba acreditando, talvez por mero comodismo mental.

Beijos a todos!!
Fefa Rodrigues

Alininha, obrigada pela colaboração!!! Amei!!!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Fúria dos Reis – As Crônicas do Gelo e Fogo

Terminei! Menos de um mês e as 624 páginas - exceto os apêndices - de Fúria dos Reis, o segundo volume de As Crônicas do Gelo e Fogo, foram vencidas!! Não que eu já não tenha lido livros maiores do que este na minha vida, mas como atualmente eu só leio antes de dormir, tenho apenas de 30 a 40 minutos para esse tipo de leitura diariamente, então, a média acaba sendo de um livro por mês!!

Bem, mas vamos ao que interessa. Não vou fazer resuminho da história, como já não fiz quando falei de Guerras do Trono poque uma história como essa não se resume, mesmo porque, não dá... é impossível. Então, vou me limitar a dar minha opinião: o livro é ótimo!!

ATENÇÃO: alguns podem considerar que essa resenha contém SPOILERS, o que eu acho que não, mas para evitar stress, se você não quer saber NÃO LEIA!!!!

A Capa!!
O segundo volume da série é ainda melhor do que o primeiro!! Já tinham me dito que eu iria gostar mais de Fúria do que de Guerras, e isso realmente aconteceu e eu desconfio que é porque neste volume a história se espalha mais, há muitas e importantes coisas acontecendo por todo o reino e estes acontecimentos não ficam concentrados apenas em Porto Real... eles se dispersam por todas as estradas de Westeros chegando a lugares que ainda não conhecíamos. Então, é como se nós viajássemos mais longe com os personagens dentro daquele mundo e, com isso, vamos conhecendo mais de tudo que o autor criou.

Eu tenho que concordar que o George Martin inventou um mundo tão interessante e incrível quanto a Terra Média e muito de sua história e de sua mitologia a gente vai conhecendo aos poucos neste volume. Gostei especialmente quanto li, pelos pensamentos da Catelyn, sobre a lenda de como o inexpugnável castelo de Ponta Tempestade havia sido construído.

Adorei a menção de uma possível colaboração de um garoto durante a construção do castelo, que viria a se tornar um dia Bran, o Construtor, um importante personagem da mitologia de Westeros. Simplesmente adoro este tipo de detalhes e como diria uma amigo meu “são os detalhes que fazem toda a diferença!”, e fazem mesmo!!

Para que a história possa seguir mais longe e se espalhar novos personagens surgem e agora dois eles ganham seus próprios capítulos. Um deles é o Theon, antes apenas um protegido da Casa Stark e agora mais um pretendente à coroa. Outro é um personagem novo, Sor Davos, o Cavaleiro das Cebolas, um homem jurado à Stannis, irmão de Robert o Rei Morto, ex-contrabandista mas agora um homem de honra!!

E mesmo os personagens secundários que aparecem neste volume são intrigantes!!! Além de criar um mundo tão interessante, o autor também criou personagens apaixonantes, e este é mais um dos pontos fortes do livro e, com certeza, uma das razões de seu imenso sucesso.

Tyrion continua sendo meu preferido e tenho certeza de que seria um ótimo Rei, continuo gostando de sua sagacidade e inteligência, da forma como ele supera as adversidades e da consciência que ele tem de si mesmo, de quem ele é e de como ele usa seus pontos fortes a favor de si, mesmo numa sociedade que o despreza por sua forma física, além disso, mesmo sendo um Lannister, ele tem honra!!

Junto com o anão, a Arya foi uma das que mais gostei neste volume, essa garotinha que apesar de sozinha e rodeada de perigos conseguiu se manter forte e corajosa e até conquistou um Castelo!! Tem uma garotinha que eu conheço, ela se chama Amanda e, para mim, é a personificação da Arya!! Na minha imaginação, enquanto eu leio, Arya e Amanda são a mesma pessoa... pensando bem, a irmã da Amanda, a Bel é a própria Sansa!!! hehehehe... toda mocinha, linda, educada, enquanto a Amanda joga futebol com os meninos e gosta de andar de skate!!! Coincidência!!

Quanto a Dany, que foi uma das minhas preferidas no volume anterior, dessa vez não apareceu muito, então não teve muita coisa para se contar sobre ela, mas deu para notar que agora ela será uma grande senhora, e acredito que nos próximos volumes a Kalhessi vai ter uma participação importante!!

Agora, tem uma personagem que já não contava muito com minha simpatia e de quem eu desgostei ainda mais, a Senhora Catelyn Stark. Não sei porque, mas ela me cansa. Sei que ela passou por momentos mais que difíceis, mas, apesar dela tentar ser forte o tempo todo, acho que ela tem muita pena de si mesma, então, quando chega o capítulo dela eu até desanimo, apesar de ser através dela que muitas informações importantes são contadas.

Outra coisa que percebi neste volume é que a magia está mais presente, ainda como um toque especial, sem chamar muito a atenção ou roubar a cena, mas ela esta lá, dá para sentir, quase como cheiro de chuva!!

Como aconteceu no primeiro volume com o Khal Drogo, teve um personagem secundário, que sequer apareceu muito, mas por quem eu me apaixonei. Como a própria Arya disse, não dá para ter certeza se ele é um anjo ou um demônio. Quem já leu Fúria deve saber de quem eu estou falando, o Jaqen!!

Viu Fê, mais um desajustado de quem eu gosto!!!

Primeiro, eu amei o jeito diferente como ele fala “um homem vê, um homem sabe, três vidas foram tiradas dos deuses, três vidas devem ser devolvidas... uma menina sussurra um nome e um homem lhe entrega a vida”. Uhuuu... demais! Sem contar que dá para perceber que tem muita magia envolvida com ele, né!?! Espero que a Arya entregue aquela moeda a um homem de Bravos e sussurre “valar monghulis” para que ele volte!! Fico imaginando quem vai fazer seu papel na série!!

Ah, só um comentário quanto ao Theon, para mim ele conseguiu provar o que eu já pensava, que ele é um idiota incompetente! ? Desculpa ai, Fê, mas o cara foi muito burro...

Por fim, tem dois dos malvados que eu começo a ver com outros olhos. Um deles é o Jaime Lannister, o Regicida como o chamam ironicamente. Bem, talvez, ter matado Aerys, o Rei Louco tenha sido, na verdade, um momento de bravura e coragem, afinal, o rei queria por fogo no reino todo, né gente!! Ele quebrou os votos de proteger o rei com sua própria vida até o fim, e acho que é por isso que todos o olham com certo desprezo, mas, mais do que salvar a própria pele, ele fez o que era o certo a se fazer no momento.

O outro, que para ser sincera já contava com um pouco da minha afeição, apesar dos pesares, é o Sandor Clegane, o Cão de Caça. Tudo bem que ele é grosso, durão, frio, estressado, rabugento... mas penso que no fundo é tudo por conta do que o irmão fez a ele e, queira ou não, ele sempre protegeu a Sansa, ao jeito dele mas protegeu!! Então, talvez, bem talvez mesmo, ele não seja tão mal assim... digamos que ele apenas cumpre seu dever!! E não dá para dizer que ele não é corajoso...

Poxa, falei, ou melhor, escrevi pra caramba, heim!!! Só para finalizar, apesar de todos os comentários que tinha lido pela net antes de comprar os livros, não acreditava que iria gostar tanto dessa série, mas tenho que admitir que a história é muio boa e o livro envolvente!! Quem vence as primeiras 60 páginas de Guerras do Trono não consegue parar de ler, então seria bom que ninguém se deixasse intimidar pelo tamanho dos livros... acho que o autor entendeu aquele nosso sentimento de “quero mais” quanto as melhores histórias de fantasia que, na maioria das vezes, parecem ser curtas demais!!!

Agora, vou dar um tempo rapidinho... decidi ler Marina do Zafón em vez de ler Tormenta de Espadas, por dois motivos, primeiro porque Marina é bem fino e como, servidora pública que sou, tenho um mega feriado semana que vem, acho que vou terminar super rápido... o outro motivo é que não tenho ideia da previsão para que Festim de Corvos, o quarto volume, seja lançado em português, então, para não ficar tempo demais longe de Westeros, vou esperar um pouco para dar continuidade... também essa espera não vai ser maior que uma semana, que é o tempo que eu acredito que vou demorar para ler Marina!!

Pontinha de tristeza em colocar ele de volta na estante, porque sei que, provavelmente, será lido só mais uma vez, pelo Davi, e depois os personagens vão ficar ali, aprisionados, pelo resto da vida...
Bom, é isso ai, acho que cansei vocês de tanto que escrevi!!!

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

Seara Vermelha – Jorge Amado

Jorge Amado é o escritor brasileiro que eu mais gostei, apesar de não ser o que eu mais li. Nunca estive na Bahia, mas, depois de ler as obras dele, é como se a gente conhecesse bem aquele estado, aquele povo, seus costumes, seu jeito de ser.


O primeiro livro dele que li foi Capitães de Areia e o que mais gostei foi Mar Morto, mas Seara Vermelha também é muito bom e foi um dos vários que fizeram as horas que eu passava na aula de economia durante a faculdade valerem a pena!!!  

A temática abordada é a vida de retirantes, neste caso, viajando em direção a São Paulo e todas os sofrimentos pelos quais se passa nessa trajetória. É mais uma obra que narra as injustiças sofridas por aqueles que viviam no sertão.


A história começa quando um novo dono chega a uma das mais antigas fazendas do sertão e, sem motivo algum, demite todos os empregados ali existentes, até mesmo aqueles que viviam ali há mais de vinte anos. Sem perspectiva, a família de Jerônimo, um dos agregados mandados embora, decide partir para São Paulo, em busca de uma vida melhor. Ao todo, onze pessoas de sua família deixam a fazenda, pela primeira vez em suas vidas, e iniciam a trajetória que será feita parte a pé, parte de návio pelas águas do São Francisco, mas apenas quatro chegarão ao destino.

Num segundo momento, a história passa a narrar a vida dos filhos de Jerônimo que já haviam deixado a fazenda muito antes de seus pais. Acompanhamos o trágico episódio em que o acampamento de Estevão, um beato que vivia no sertão, é atacado pelo polícia, tendo de um lado um dos filhos de Jerônimo e ao lado dos cangaceiros, outro de seus filhos. 


Outro filho de Jerônimo participa da campanha do exército contra a Revolução Constitucionalista e, depois do fim da revolução, promovido, vai servir na fronteira com a Colômbia. Após acontecimentos desesperadores, o personagem é transferido para Natal, onde se envolve no levante comunista e acaba preso. Ao final, anistiado, este último filho de Jerônimo passa para a militância comunista.

Por mais que hoje em dia eu prefira ler livros de fantasia e romances históricos, tenho certeza de que a literatura, especialmente os clássicos e os livros dos grandes escritores, foi essencial para a minha formação, ajudaram em minhas idéias e na forma como eu vejo e entendo o Direito e o mundo, e acredito que, para meus planos futuros, essas leituras de outras épocas vão fazer muita diferença, dentre vários, este é um livro que me fez entender muito da história do meu país.

Mas, te todos os clássicos que eu li, acredito que Os Miseráveis foi o mais importante, o que causou maior impacto na minha vida e o que me fez ver os homens da forma como vejo hoje.

A grandeza desse livro foi reafirmada por uma frase que eu li em um texto do Ricardo Gondim. Ele disse que “homem nenhum deveria morrer sem ler Os Miseráveis” e eu só posso concordar!!!

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sobre pulseiras e surpresas...

Algumas vezes, no meio de dias que parecem se repetir, a gente se surpreende.

Eu moro em uma cidade pequena, mas, apesar disso, não conheço muita gente. Minhas amigas são as meninas do trabalho, Vivi, Taís, Aline, Camila, Laura... meus amigos, bem... meus amigos são os amigos do Davi. Acho que isso é culpa minha, talvez se eu saísse um pouco para além dos limites do meu mundo as coisas seriam diferente. O Davi sempre me diz que eu vivo no meu mundo.


E assim que, apesar de fazer muito tempo que eu desejava essa pulseirinhas que eu vi pela primeira vez entre os beijos da Sara Carbonero e do Casillas depois da final da Copa do Mundo é que eu fui descobrir que, há poucos quarteirões de onde eu trabalho, mora uma moça simpática e talentosa que faz essas e outras lindas pulseiras.


E eu descobri isso visitando o blog da Mariana que falou do blog da Camila que, por sua vez, falou do blog da Eugenia, a moça que faz esses tais decenários! Mandei um e-mail para ela, no fundo achei que ela nem iria me responder, mas ela não só respondeu como ontem de manhã fez a gentileza de ir até meu trabalho levar as pulseiras para eu ver.

Sugeri que ela voltasse hoje para que outras meninas também pudessem conhecer o trabalho dela e ela voltou. Estava chovendo e ficamos conversando lá no refeitório, ela me contou um pouco sobre a razão pela qual começou a fazer as pulseirinhas, me falou um pouquinho de suas experiências e, entre a conversa, ela disse uma frase, daquelas que, por inesperadas, marcam a gente, daquelas que vem para mudar nosso dia, para nos surpreender.

Ela me disse “...mas eu nunca perdi a fé”.

Não sei dizer se ela sabe a diferença que esta frase fez no meu dia, talvez até na minha vida, só sei que, agora, a cada vez que eu olhar para uma dessas pequenas cruzes coloridas no meu braço vou me lembrar de nunca perder a fé.

A vida pode surpreender a gente, mesmo em dias que parecem apenas dias iguais.

Eugênia,
Obrigada pelas pulseiras, obrigada pela lição.
Um beijo
Fefa

Beijos a todos e uma boa noite de chuva... ótima para ler!!!
Fefa Rodrigues


PS: Se você ficou babando nas minhas pulseiras, clique aqui e visite o blog da Eugênica, além dos decenários ela faz shambalas e chan lun, tem para meninos e meninas e, como ela é chique, envia para todos os cantos do Brasil e, quem sabe, dá para mandar para o exterior também!!!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um Conto de Duas Cidades

Falei de Um Conto de Duas Cidades do Dickens, mas no dia estava sem a foto do livro aqui, então, só para não perder o costume, ai vai:




Se quiser elr a resenha, clique aqui!

Beijos
Fefa Rodrigues

Divagando...

Hoje, enquanto estava lendo a descrição da batalha entre as forças de Stannis e dos Lannister, pela tomada de Porto Real, na visão do personagem Sor Davos, enquanto navios queimavam nas verdes chamas do fogovivo e soldados eram levados ao fundo do mar, queimando, afogando-se ou as duas coisas ao mesmo tempo me lembrei de algo que sempre me vem à mente.

Me lembro da primeira cena da série Taken, quando a voz da Dakota está narrando o inicio da história  e enquanto a gente observa um céu estrelado ela diz que as estrelas brilham lá em cima e aqui embaixo é onde os homens jogam seus jogos

Talvez tudo se resume a isso, os homens e seus velhos jogos. O que me faz pensar de quem é a causa justa? De Stannis, Renly, Jofrey ou de Robert, o Rei do Norte? O direito era de Eduardo III ou de Charles? Quem está certo, Busch, Clinton, Bin Laden, Kadafi ou Saddam?

Seja em Westeros ou aqui no mundo real os homens vão continuar jogando seus jogos.

Jogos sem honra. Jogos de morte.

Fefa Rodrigues

domingo, 23 de outubro de 2011

O Pequeno Príncipe

"Eu serei para ti única no mundo...


... e tu serás para mim único no mundo."
- O Pequeno Príncipe -


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Bronte

Esse livro tem o mérito de ser o único nesse mundo de Deus que eu simplesmente não consegui terminar de ler. Lembro que a primeira vez que ouvi falar dele foi no último capítulo de alguma novela, que eu nem lembro qual era, mesmo porque eu nem gosto de novelas então não sei porque cargas d’água eu assisti esse tal capítulo final. Na cena um professor que era meio doidão citou a obra durante sua aula, ele até recitou um trecho do livro. Gravei a cena e, muito, mas muito tempo depois, tive um colega de escola que era apaixonado por esse livro. Ele tinha uma verdadeira relação de amor com a obra, acho que mais ou menos como a que eu tenho com Cem Anos de Solidão!! 

Então, quando ele me disse que tinha esse livro e que a história era sensacional, marcante, que com certeza eu iria amar, a cena da novela me veio à mente, e decidi ler. Ele me trouxe o livro emprestado com todo o gosto, tecendo elogios sem fim à história e eu fiquei ainda mais interessada.

Comecei a ler e, no inicio, fiquei intrigada, tudo começa num clima de mistério e eu amo mistérios, mas página a página comecei a me incomodar com a história, comecei a detestar os personagens e a odiar cada um deles, especialmente a garota, Catherine!!

Até que de repente, eu simplesmente parei, não conseguia mais ler... tive que entregar o livro sem ter terminado... e a cara para falar pro menino que eu não tinha nem ao menos terminado o livro que ele mais amava na face da Terra? Não foi uma situação das mais fáceis... mas, pelo menos, ele não me xingou de estúpida como outros por ai!! NO entanto, deu para notar uma sombra de decepção nos olhos dele...

Com a consciência pesada por não ter terminado a história, o que me dava a impressão de que os personagens estavam lá, olhando para minha cara e clamando para que eu os conduzisse ao fim da história – dramática não? – decidi ver o filme e... não deu!! Nem o filme eu consegui ver até o fim.

De verdade, eu não sei o que aconteceu, o livro tem tudo para prender minha atenção, um ambiente sombrio cheio de mistérios, um casarão, uma relação tumultuosa, um amor interrompido, desejo de vingança, um romance acontecido no passado que deixou marcas, um relacionamento impossível entre pessoas de classes diferentes, decisões erradas, palavras que não deveriam ter sido ditas. Falando assim eu até pensaria que era algo escrito pelo Záfon!!

É bem possível que minha opinião gere a ira de alguns, e se outra pessoa me chamar de estúpida pode ter certeza de que não vou publicar o comentário, mas eu simplesmente não consegui e de verdade gostaria de ler/ouvir opiniões diferentes, outros pontos de vista, quem sabe minha mente se abre para a história.

Dá uma lida nesse trecho do livro e me diz se não é para ter certeza de que a história é magnífica?

“...por isso, ele nunca saberá como eu o amo; e não é por ele ser bonito, Nelly, mas por ser mais parecido comigo do que eu mesma. Seja qual for a matéria de que as nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais.”

Pensando bem, talvez eu deva tentar mais uma vez!! Quem sabe.... se me deparar com um exemplar dele por ai vou dar mais uma chance!!!


Abraços
Fefa Rodrigues

Maria, Maria – Milton Nascimento

Oi gente, sexta-feira, o sol brilhando forte lá fora, a gente chega ao trabalho e está todo mundo feliz... trocando conversa, fazendo gracinha... clima gostoso!!

Hoje eu acordei com essa música na cabeça, fica se repetindo na minha mente, engraçado que faz tanto tempo que eu não escuto!! Então, vou postar a letra, que eu gosto bastante....


Maria, Maria

Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...
Beijos e ótima sexta!!!
Fefa Rodrigues

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Crime do Padre Amaro – Eça de Queiroz

Me empolguei!! Agora quero falar de todas as obras do Eça que eu li e expor publicamente minha opinião de que ele é um escritor maravilhoso!! Ah, eu sempre fui meio assim, em tudo na vida, e com a leitura também, quando descobria um autor, queria ler tudo dele, foi assim com Júlio Verne, com Victor Hugo, com Gabriel Garcia Manques, com o Eça e agora com o Bernard Cornwell. É como se minha vida de leitora também tivesse fases. Talvez seja assim com todo mundo, não é?!?!

Com certeza esse é um livro que deve ter sido tema de tese de mestrado mundo afora, mas eu vou dar uma opinião simples de leitora comum: para mim uma obra fenomenal.

O livro que é, claramente, uma crítica ao clero e também a hipocrisia da sociedade – ao meu ver –  e conta a história de Amaro, que, filho de serviçais, é educado em meio a criadagem da Marquesa de Alegros que, percebendo a pessoa que o menino está se tornando, mentiroso e sem muito carater, decide mandá-lo para o seminário, para se tornar padre. Nota-se desde já que ele não tem o dom para o ofício. Se tornar padre não é uma decisão sua, é uma imposição daqueles que tinham o poder para decidir sua vida e ele, que também não tem qualquer força moral, aceita a determinação pacificamente.

O agora Padre Amaro recebe sob sua responsabilidade a paróquia de Leria e lá se hospeda na casa de uma mulher muito religiosa, acostumada a receber o clero local em sua casa. Ele logo se interessa pela filha da mulher, Amélia que acaba se tornando sua amante e, ambos, para esconder o relacionamento, passam a tomar atitudes das mais desonrosas, como quando Amélia finge que vai dar aulas de catecismo a uma garota adoentada para poder se encontrar com o padre.

Achei interessante que durante todo o tempo você percebe que no fundo Amélia sabe que está agindo errado, mas não muda, não tem forças ou não quer mudar. Infelizmente sua vida toma um rumo triste, e mesmo com todas as tentativas de Amaro de concertar o que já não tinha mais conserto, seu final é triste.

Duas cenas me marcaram nesse livro, a primeira quando Amaro veste Amélia com um véu que havia sido doado à Santa da paróquia, e ela assustada diz que aquilo podia levá-la para o inferno, então o padre a acalma dizendo que mulheres de padre não vão para o inferno.

Outra foi o trecho final do livro, quando Amaro já deixou a pequena paróquia e está em Coimbra ou Lisboa, não me lembro, ou outra grande cidade, conversando com um outro membro do clero, reclamando de que as pessoas já não respeitam mais os padres, quando uma mulher bonita passa por eles, o homem faz uma referencia a ser ela alguém que Amaro gostaria de confessar, ao que o padre responde que agora só confessa as casadas.

É como se ele tivesse aprendido uma lição muito simples com tudo o que havia se passado, tomar como amantes apenas mulheres casadas para que contratempos e incômodos como o ocorrido com Amélia não acontecessem mais. Sem qualquer remorso, sem qualquer arrependimento por ter destruido a vida de alguém. Odioso!! É um daqueles livros que nos fazem pensa, e bastante, principalmente na hipocrisia, não só do clero, mas de toda a sociedade!!

Aliás, como disse o Athos ontem em Os Três Mosqueteiros, usar uma batina não significa necessaraiamente ser um homem de Deus!!!

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A Relíquia – Eça de Queiroz

Aproveitando a onda de falar sobre obras do Eça, ontem, quando a Fê do Na Trilha comentou minha postagem ela falou sobre A Relíquia, e eu me lembrei dessa obra que também gostei muito!!! Outro da minha fase pré-fantasia-e-romance-histórico!!

O livro é muito divertido e conta as memórias do personagem Teodorico Raposo e de sua viagem à Palestina após uma desilusão amorosa, viagem está que mudou sua vida. Antes da viagem, o personagem só pensava na herança que pretendia receber de uma tia religiosa ao extremo. O personagem não é exatamente alguém que vive uma vida regrada por princípio morais, por isso mesmo ele é um personagem muito interessante (Fê, eu não gosto apenas dos certinhos... alguns desajustados também me agradam, mas não todos!!!).

Órfão desde a infância, Teodorico passou a viver com sua tia, única parente ainda viva, uma mulher rica, solteira, rígida e beata. A tia, chamada de Titi, cria o garoto a volta de padres e sob vigilância, o que dificulta sua vida amorosa e, mesmo com todas as posses de que desfruta, ele nunca tem dinheiro suficiente para se divertir com os amigos.

Ele sabe que não pode contrariar a tia, já que o recebimento da herança depende dela, e para se ver livre daquele ambiente e conseguir um bom dinheiro da tia, após a formatura na Universidade de Direito e algumas decepções amorosas, Teodorico resolve fazer uma viagem à Terra Santa para pedir a absolvição dos pecados da tia antes de sua morte aos clérigos de lá, pelo menos essa é a razão que ele dá para a tia, que vai bancar a viagem.

Claro que o personagem, ao chegar à Terra Santa, passa a viver uma vida confortável, não se importando muito com as questões religiosas, tendo até um envolvimento com uma prostituta até que, em um sonho, ele assiste à Crucificação de Cristo.

De volta a Portugal e crendo ter conquistado finalmente a confiança da tia e sua herança, Teodorico presenteia Titi com uma relíquia que teria o poder de redimir todos os seu pecados, porém, quando a tia abre o embrulho, o que ela encontra é uma camisola – lembrança da prostituta!! Assim ele perde sua herança!!

O livro é uma comédia, mas também dá para sentir uma crítica à sociedade da época... me lembro tão bem do Teodorico pensando que ele devia ter dito a tia que o M.M. bordado na camisola era de Maria Madalena... ;o)

A Fê, do Na Trilha, disse que a série Os Maias que eu falei ali no post abaixo mescla a história daquele livro com este livro e quem faz o papel de Teodorico é o Matheus Nachtergaele, não acho que poderia ter havido uma escolha melhor para o papel!!!

Agora, fiquei super a fim de ver a série... vou tentar achar!!

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Marina e A Tormenta de Espadas

Acabou de chegar!!!

Eu adoro chegar na casa do Davi e ver caixinhas do correio em cima da mesa!!! É bem verdade que na grande maioria das vezes a caixinhas são das encomendas dele, mas, algumas vezes, as caixinhas são da Saraiva, Submarino ou das Lojas Americanas e hoje foi uma dessas que eu encontrei!!!

Dentro Tormenta de Espadas – graças a Deus porque já estou terminado Fúria dos Reis - e Marina, do Carlos Ruiz Zafon.


Detalhe da Capa. Amei esses portões antigos...

Capa de Tormenta de Espadas - já bem conhecido da galera, né?!

Fiquei super feliz em descobrir outra obra desse escritor que eu amo. Li A Sombra do Vento umas três vezes e, apesar de não gostar tanto quanto daquele, também curti muito O Jogo doAnjo. Não sabia desse livro, Marina, que, depois das buscas pela net descobri que é de 1999, de antes de A Sombra do Vento, mas só agora está disponível por aqui e olha que eu encontrei ele sem querer, vi de relance num banner na Saraiva, tive a impressão de ter visto o nome do escritor e fui procurar o que era, daí encontrei essa obra por R$ 19,90, delicioso não é?!?!?!

Agora, estou na dúvida, continuo na companhia de Starks e Lannisters ou antes dou uma passadinha por Barcelona??

Ah, e só para comparar, olha a diferenta de tamanho entre A Guerra dos Tronos e Tormenta de Espadas...


Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os Maia – Eça de Queiroz

Ontem estava dado uma olhada nos livros que já comentei aqui no blog e reparei que nunca falei das obras de Eça de Queiroz que, na minha fase pré-fantasia-e-romance-histórico foi um dos escritores que mais li e, dentre suas obras, Os Maia foi a que mais gostei.

A história, que se passa em Lisboa na segunda metade do século XIX, conta a saga de três gerações da família Maia e se inicia com o casamento de Afonso da Maia com Maria Eduarda, e o nascimento do filho Pedro da Maia, que, muito ligado à mãe sofre com sua morte. A história continua até o casamento de Pedro com Maria Monfort, com quem tem dois filhos, Carlos Eduardo e Maria Eduarda. Certo dia, Pedro fere um italiano de nome Tancredo a quem recebe em sua casa e por quem sua esposa se apaixona. Maria Monfort acaba fugindo com Tancredo para a Itália, levando sua filha. Pedro Maia comete suicídio e o filho, Carlos Eduardo passa a ser criado pelo avô.

Anos depois, Carlos torna-se médico e, durante um jantar, conhece e se apaixonada por Maria Eduarda, uma mulher com um passado “complicado”. Eles se apaixonam e Carlos leva a mulher para morar numa casa no campo, onde eles podem ficar juntos. Tudo vai bem até que o melhor amigo de Carlos acaba descobrindo que os dois são irmãos. Quando Afonso descobre o incesto, acaba morrendo de desgosto.

Meu resumo não faz jus a beleza da história e da escrita do autor, um livro que vai muito além da história de amor entre um homem e uma mulher, uma obra que merece e deve ser lida!!

Há alguns anos a TV Globo exibiu uma série baseada no livro, eu não cheguei a ver, mas acho que ela era apenas baseada, ou seja, não seguia exatamente a história, e misturava vários personagens de outras obras do escritor como é comum quando eles usam uma obra para criar uma novale ou série. Como não assiti não sei dizer se vale a pena coferir.

Bom, fica mais uma dica de boa leitura!

Beijos e boa semana!!!
Fefa Rodrigues

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um Conto de Duas Cidades – Charles Dickens

Continuando a falar sobre clássicos, hoje vou indicar esse que é de um grande escritor, Charles Dickens. Apesar de sempre ter ouvido falar dele, só procurei  ler algo do autor depois que li, em algum lugar, que ele foi um dos escritores preferidos do C. S. Lewis e, para minha sorte, aquela senhora de quem eu já falei, que estava vendendo seus livros porque estava numa situação financeira complicada, tinha essa obra para vender. Mais um clássico que comprei por R$ 3,00 e estava no plástico.

A história que se passa ora em Paris ora em Londres retrata o período pré e pós Revolução Francesa. Primeiramente, as injustiças e a dura vida daqueles que não pertenciam a “estado algum” e que levaram à revolta e a derrubada do sistema vigente. Depois, a descrição do horror que tomou conta de Paris após a revolução, com a guilhotina brilhando ensangüentada todos os dias.

A história é contada a partir dos Manette, família francesa que, prevendo os acontecimento que se dariam, busca refúgio na Inglaterra. Apesar de nobre, o Dr. Manette havia sido um dos prisioneiros da Bastilha por 15 anos, durante o reinado de Luiz XVI. Quando tem inicio os acontecimentos na França, o marido da filha do Dr. Manette vai a Paris para tentar libertar um amigo que foi preso, mas ele também acaba preso, acusado de ter traído o país, já que vivera na Inglaterra por muito tempo e isso poderia levá-lo, claro, à guilhotina!

A família Manette, então, decide voltar à França para tentar libertar Charles e com isso acabamos conhecendo de forma precisa o período que ficou conhecido como O Terror e que me lembrou histórias da época da Inquisição, quando vizinhos denunciavam vizinhos, e o medo tomava conta das ruas, levando as pessoas a cometerem todo tipo de loucura para se proteger, mas o final é surpreendete e emocionante!!!
Gosto do livro porque ele me lembra, em muito, os dois clássico que eu amo – Guerra e Paz e Os Miseráveis -, não sei se para estudiosos de literatura eles tem alguma coisa em comum, mas para mim, eles tem em comum serem histórias que não seguem uma reta, ela dá voltas e voltas e quando você se dá conta, tem um romance inteiro e maravilhoso em frente de seus olhos. Situações que parecem não ter nenhuma relação com a história em si, acabam se mostrando essenciais para os principais acontecimentos.

Além disso, a escrita dele é maravilhosa!!



 
Interessante que sempre li sobre a Revolução Francesa como sendo um movimento da massa, do povo, mas, ao ler o livro A Constituição na Vida dos Povos, pude ver o movimento por outro ângulo. Ver como, após a queda da nobreza e de seus privilégios, a burguesia-liberal deixou de lado de seu lema a igualdade, pois a liberdade, em seus termos, já havia sido conquistada, especialmente a liberdade de garantir a propriedade privada a qualquer custo.

A igualdade, que antes flamulava na bandeira da revolução, quando da promulgação da Constituição Francesa, tornou-se apenas o direito de s verem seguidas as mesmas formalidades para todos, apenas uma igualdade formal. A Declaração de Direitos dos Homens, tão celebrada como fruto da revolução, apesar de fazer parte da Constituição Francesa promulgadas poucos anos depois, não se mostrou efetiva, ou seja, a Revolução Francesa é mais bonita nas aulas de história que nas aulas de direito e sua parte mais feia é bem retratada nessa obra!

Infelizmente nem a igualdade foi buscada, nem a razão, outro ideal que influenciou a Revolução Francesa, se fez sentir nos obscuros tempos que se seguiram à Revolução!!!

Mais uma obra que eu somo a Os Miseráveis, Guerra e Paz e Germinal como essencial!

Beijos, boa leitura e bom fim de semana super-mega-chuvoso ótimo para uma boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

Itaú e Literatura Infantil

“A educação muda o Brasil. E o Itaú participa dessa mudança com você.”

Amei a iniciativa do Itaú e concordo totalmente que a educação é o único caminho para mudança!!!

Lá no site http://www.itau.com.br/itaucrianca  o Itaú oferece uma coleção de literatura infantil, a ideia é incentivar a leitura das crianças, e eu achei demais, claro!

Pedi um kit e vou dar para o meu sobrinho, o Léo... ele tem 6 anos e filho de professora e sobrinho de Apaixonada por Papel, já lê seus livrinhos desde cedo!!! Vou acrescentar mais alguns a sua já nascente biblioteca.

Eu sou suspeita a falar né, porque já acho o Itaú o melhor banco do mundo, tenho conta lá há uns 10 anos já e só tenho coisas boas a dizer... e com essa iniciativa fiquei ainda mais fã!!!

Se você tem alguma criança por perto, presenteie com o kit... é só entrar lá no site e fazer o pedido... é grátis!!

Mais uma dica!!!

Beijos
Fefa Rodrigues

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Germinal – Émile Zola

Entre os livros de fantasia e os romances históricos que eu amo, sempre leio um livro de algum escritor clássico. Vitor Hugo, Tolstoi, Gabriel Garcia Márquez, Alexandre Dumas, Charles Dickens... sempre foi assim, e aproveitei bastante a enorme biblioteca da Uniso enquanto o Davi estudou lá, já que ela tem muita coisa boa e dá para encontrar muitos clássicos da literatura.

Então, sempre que eu acabava um livro, o Davi já trazia outro, eu dava o nome de um autor que estava a fim de ler e ele mesmo escolhia a obra, e um dia ele me trouxe Germinal, acredito que o livro mais famoso do escritor francês Émile Zola. É um livro forte, impactante, e para mim, junto com Os Miseráveis e Guerra e Paz é uma leitura essencial.

Ano passado eu fiz colaborei na produção de uma monografia sobre a evolução das condições de trabalho e, mais do que livros técnicos, usei trechos dessa obra para mostrar um pouco das condições de trabalho no século XIX. Me disseram que o professor adorou.

A história se passa numa mina de carvão, na França do Século XIX. Os mineiros, homens, mulheres, crianças e velhos, trabalham horas e horas sem as mínimas condições, centenas de metros no interior da terra, andando por túneis que parecem labirintos, no escuro. Me lembram formigas. A cada dia deixam o trabalho esgotados para voltar para suas casas, ou casebres, gelados, sem comida suficiente para si e sua família. É sofrimento sem fim.

Numa certa madrugada, chega até vila de mineiros um jovem chamado Etienne. Ele, que acabou de perder seu emprego em uma fábrica, busca emprego na mina e é contratado para empurrar os vagões de coleta de carvão. Durante o trabalho torna-se amigo de Maheu, um antigo mineiro cuja família toda trabalha nas minas. Etienne acaba se apaixonando pela filha de Maheu, Catherine, que, como o resto da família, também trabalha na mina, mas, outro mineiro de nome Chaval também gosta dela, porém, ele tem um temperamento violento e obsessivo.

No inicio da história, Etienne se hospeda numa pensão e lá conhece Souvarine, se não me engano ele era russo e anarquista. O personagem começa a doutrinar Etienne no ódio ao capitalismo, ódio que cresce na medida em que o personagem conhece e sente na pele os sofrimentos dos trabalhadores da minas e, com a mente cheia de idéias solialistas, propõe a criação de um fundo para socorrer os mineiros durante a greve que estão planejando.

Nesse meio tempo, um dos filhos de Maheu vai morar com a moça mãe de seus filhos e, para ajudar nas despesas da casa, o mineiro convida Etienne para morar com eles. Num acesso de ciúmes, Chaval obriga Catherine a ir viver em sua casa.

Noutro ponto da história nós conhecemos a família de Negrel o engenheiro supervisor da Mina. Com uma vida oposta ao dos mineiros, a filha do engenheiro é gorda e se empanturra de comida, enquanto desfruta o luxo e conforto de sua enorme casa, mas, existem coisas na vida dos mineiros que causam ciúmes em Negrel.

O livro descreve, aos olhos de Etienne, o trabalho duro das minas e como, apesar de gastarem seus dias e sua saúde no lugar, o que ganham não é suficiente nem para suas mais básicas necessidades.

Famintos e em greve, os mineiros vêem seus filhos morrer de fome, e num rompante de ira tem início uma revolta. Quando já não suportam mais a situação, decidem voltar ao trabalho na Mina, mas a esta altura outros planos foram postos em prática e um terrível acidente ocorre. No final, a gente acaba com um gosto amargo na boca.

Eu considero esse um livro ótimo, um clássico que deve ser lido. Uma leitura que não visa exatamente o nosso divertimento, mas sim nosso crescimento. Uma história que muda nossa visão da vida e do mundo.

Agora uma constatação do dia-a-dia. Dia desses, estávamos aqui na minha sala falando sobre direitos humanos, quando uma colega – que não é advogada - disse: “Vocês advogados falam de direitos humanos, mas isso não serve para nada, só ta no papel”, no impulso respondi que “se não fossem os direitos humanos você estava trabalhando 18 horas por dia em troco de um prato de sopa”... a frase ficou célebre e me fez lembrar desse livro e agradecer pelas pessoas que lutaram e morreram para que eu, é, eu e você, hoje trabalhássemos em uma sala com ar condicionado e só até às 5 da tarde, com direito à férias, 13º, descanso semanal remunerado..... ! ;o)

Bom gente, fica ai mais uma dia...

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues