terça-feira, 26 de julho de 2011

Ana Karenina – Tolstoi

Enfim, depois de praticamente dois meses, terminei de ler Ana Karenina. Meu primeiro contato com a literatura russa foi Guerra e Paz, uma obra longa, cerca de 1.200 páginas de uma obra fenomenal. Um dos melhores livros que já li na vida e, junto com Os Miseráveis, eu considero o ápice da capacidade humana em escrever. Só depois de muito tempo comprei outra obra do autor, Ana Karenina, isso já faz uns 3 anos mas, só agora, li.

Apesar do livro levar o nome da personagem, não considerei Ana como o foco principal, mas como o liame que une todos os envolvidos na história. Tudo começa quando Ana vai a Moscou para tentar reconciliar Dolly, sua cunhada, com Oblonsky, seu irmão, depois deste ter traído a esposa com a governanta. Ana, uma mulher fina e de notável beleza, é casada com Aleksei, com quem tem um filho. Durante a viagem, Ana conhece uma senhora e, ao chegarem a estação, o filho da mulher, o Conde Vronsky, está esperando pela mãe e, imediatamente, se encanta por Ana.

Acontece que Vronsky tem feito a corte a Kitty, irmã de Dolly, a cunhada de Ana, e a bela moça espera que o conde a peça em casamento em um grande baile que está por acontecer.

De outro lado está Liêvn, amigo de Oblonsky - irmão de Ana, ele é um jovem agricultor apaixonado por Kitty, e está em Moscou para criar coragem e pedí-la em casamento. E isso é o que ele faz em uma certa noite, mas Kitty rejeita seu pedido, pois está apaixonada por Vronsky que, a esta altura, está encantado por Ana.

Kitty conhece Ana através de Dolly, e simpatiza muito com ela. O baile chega e Vronky sequer tira Kitty para dançar, já que passa a noite toda cortejando Ana que, assustada com a situação, resolve deixar Moscou e voltar para São Petersburgo no dia seguinte.

Vronsky segue Ana sem se despedir de Kitty ou lhe dar qualquer satisfação. Kitty cai em depressão e quase morre, sendo levada pelos pais para a Alemanha. Liêvn, por sua vez, refugia-se em sua propriedade rural certo de que Vronsky pediu Kitty em casamento enquanto que, em São Petersburgo, Vronsky segue Ana por onde ela vai.

Um detalhe que achei interessante foi que, assim que Ana chegou a São Petersburgo e reencontrou seu marido, o primeiro pensamento que lhe veio a mente foi que suas orelhas eram grandes demais. Isso me fez pensar numa frase que minha mãe sempre diz, que a gente não pode impedir um pássaro de voar sobre nossa cabeça, mas a gente pode impedi-lo de fazer um ninho sobre ela.

A história segue contando paralelamente o que acontece com Kitty, que após se recuperar da dor de amor, retorna à Rússia e acaba casando com Liêvn, e com Ana, que, depois de diversos acontecimentos, acaba abandonando o filho e o marido e passa a viver com Vronsky. Acontece que o esposo traído se nega a lhe dar o divórcio, e isso acaba deixando Ana e Vronsky em uma situação incômoda, porque ela é sua amante, e, naqueles tempos, isso com certeza não soava nada bem.

Ana então não é mais aceita em eventos sociais e suas amigas, até aquelas que conheciam e apoiavam seu caso, acabam se afastando. O casal, então, passa a viver no exterior, mas a vida monótona e sem finalidade acaba entediando a ambos que retornam a Rússia para tentar convencer o marido de Ana a dar o divórcio para que eles possam se casar e retomar a vida em sociedade.

O relacionamento dos dois vai se desgastando à medida que Vronsky sente necessidade de encontrar algo útil para fazer e Ana continua impedida de se relacionar socialmente, já que o marido se nega a dar o divórcio. Assim, um combate velado se inicia entre os amantes, com um culpando o outro intimamente por suas desventuras. Não que eles deixem de se amar, mas toda a situação acaba envenenando os dois.

Acho que é de conhecimento público e notório que Ana, enlouquecida pelos ciúmes sem fundamento, acaba se atirando em frente a uma locomotiva e morre. Vronsky, que a amava de verdade, sofre com a perda e se alista para a guerra eminente, enquanto a pacífica vida de Kitty e Liêvn no campo segue seu rumo, sendo que a única coisa que tira a paz desse é sua falta de fé o que acaba se resolvendo ao final.

É verdade que no fim do livro eu já estava ficando impaciente, mas é só porque eu queria voltar às batalhas medievais logo, o livro é ótimo, um clássico! Acho que o que eu mais admiro nas obras desses grandes escritores é a forma como eles criam seus personagens, a profundidade psicológica que eles lhes dão. Mesmo tempo lido vários desses grandes clássicos, pela primeira vez eu encontrei um personagem psicologicamente idêntico a mim, o Liêvn. Seu jeito de ser, seus pensamentos, seus medos, somos iguais! Eu sou a personificação do caráter desse personagem!!

Recomendo a leitura!!
Agora, tenho até a noite de hoje para decidir qual será minha próxima leitura... mas acho que será Azincourt!!!

Beijos e boa leitura!!
Fefa Rodrigues

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