quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Livreiro de Cabul - Åsne Seierstad


Detalhe da Capa
Gostei bastante desse livro que foi presente da irmã. Escrito a partir da experiência da autora que, por algum tempo, foi correspondente de Guerra no Afeganistãoaté e que, com o fim do talibã, viveu na casa de Sultan Kan, um livreiro em Cabul, por alguns meses, para, a partir da convivência real e diária com uma familia afegã, escrever essa obra que nos conta sobre suas condições de vida com enfoque especial para a condição das as mulheres afegãs. Apesar de Sultan Khan ser um homem culto, um livreiro que sonha em reconstruir a livraria destruída pelos talibãs, ele vive sua vida e cuida de sua familia, duas mulheres e cinco filhos, de forma tradicional.

É triste ver como as mulheres são tratadas naquela sociedade. Sua primeira esposa, mais velha, é colocada de lado, e todas as atenções são dadas a sua jovem esposa. Sua irmã, apesar de ser fluente em inglês e ter frequentado a universidade é tratada como uma escrava dentro de sua casa e será forçada a se casar, não com alguém que lhe interessa, mas com um parente viuvo com um monte de filhos para ela cuidar. Além do dia a dia em um pais destruído, a escritora narra situações impensadas para mulheres ocidentais, como, por exemplo, o fato de a esposa  mais nova dividir o quarto com o esposo, receber mais alimentos que as demais e os esconder em seu quarto. Essa esposa mais nova é a “rainda do lar” e as outrs mulheres estão lá para satisfazer suas vontades. Odiosa!

Eu não gosto de menosprezar outras culturas e acho que muitas vezes nós demonizamos a cultura árabe, ou qualquer coisa que se relaciona aos muçulmanos. Nâo acho isso certo e acredito que todas as culturais, por mais variadas que sejam, sempre tem coisas boas a oferecer. Mas, ao ler esse relato do que a autora vivenciou, você fica imaginando como é possível que nos dias de hoje uma mulher ainda seja tratada daquela forma.

Alguns dizem que o desrespeito deles é tão abominável quanto o desrespeito das letras de fuk para com as mulheres. Concordo. Mas tem uma diferença bem grande, as mulheres ocidentais são desrespeitadas porque aceitam isso, as mulheres que vivem em sociedades como as narradas pela autora não tem escolha.

Leitura interessante.
Beijos e boa leitura!
Fefa Rodrigues


Um comentário:

Aline disse...

Fer esse eu tb li e ficava revoltada, com a opressão contra a mulher e a maneira como ela foi formada para acreditar que não é um sujeito de direitos e vontades, tendo sua trajetória traçada pelos homens importantes na sua existência, também me espantei com a incidência de acidentes físicos que as pessoas sofrem seja por minas terrestes como em acidentes domésticas, é comum alguém não ter um dedo ou outra mutilação, é um povo machucado em todos os sentidos