quinta-feira, 26 de maio de 2011

As Memórias do Livro – Geraldine Brooks e uma lição de tolerância!!

Esse é mais um daqueles livros que eu comprei pela capa. Nunca tinha ouvido falar na autora, apesar dela ter recebido o Prêmio Pulitzer de ficção por essa obra em que duas histórias são contadas ao mesmo tempo.
Detalhe da capa do Livro
Hanna Heath é uma especialista em restauração de documentos antigos contratada pela ONU para analisar e restaurar um tesouro. A Hagadá de Sarajevo que estava desaparecida desde a Guerra Civil em 1992 e que foi descoberta por um bibliotecário muçulmano na Bósnia.
A Hagada intriga os  especialistas principalmente por suas representações belíssimas, o que contrariava as regras judaicas da época - já que ela tem mais de cinco séculos de existência - e por ter sobrevivido a séculos de anti-semitismo e perseguiçãona Europa.
A partir da análise do raro livro pela personagem principal, outra história se desenrola, e cada descoberta remete a ação de uma pessoa em uma determinada época, que levou à produção daquela obra maravilhosa.
A partir de minusculas pistas encontradas em suas páginas, como manchas de vinho, cristais de sal, a asa de um inseto, pelos de gato... a história da Hagadá vai sendo reconstruída até chegar a sua origem.
Cada uma dessas pistas se transforma em um pequeno conto acerca de homens e mulheres que, em diferentes épocas, e independentemente de suas crenças religiosas, combateram a intolerância para proteger o manuscrito, por simples paixão pelo livro.
A Hagadá, para quem não sabe (e eu não sabia até ler esse livro), é um livro usado pelos judeus nas comemorações de Páscoa e que conta a história do Êxodo.
Bom, gostei muito desses pequenos contos que narram a história da viagem da Hagadá desde a longinqua Idade Média até a Guerra Civil na Bósnia.
Não gostei da história que serve de pano de fundo, ou seja, a personagem principal, seu envolvimento com o bibliotecário e suas dificuldades no relacionamento com a mãe, realmente essa parte da história me lembra algo tipo Dan Brown... sei lá... mas a parte dos contos vale muito a pena mesmo...
E ai é que vem a lição acerca da tolerância. Acho que o ponto principal da história é a união impensada entre pessoas de credos distintos - judeus, cristãos e muçulmanos, e tão distantes no tempo, mas que juntos acabaram por produzir uma obra prima de beleza inestimável e isso é inspirador.
Já fui acusada de ecumenismo (sei lá se isso pode ser considerada uma acusação, pra mim está mais pra elogio), mas a verdade é que, apesar de eu ter minhas crenças religiosas, isso não me impede de reconhecer a beleza da diversidade e, muito pelo contrário, isso só me leva a olhar para os diferentes como pessoas que tem muito a me oferecer e que certamente há muito mais em comum entre nós do que diferenças que possamos apontar.
Por isso, eu realmente levanto a bandeira COEXISTA!!
Agora, algumas imagens de diversas Hagadás gentilmente cedidas pelo Google!




 “De meus olhos vertem tristeza; odres de água que vazam”
                                               - Abid Bin Al-Abras

Beijos e boa leitura!
Fefa Rodrigues

2 comentários:

morettiiiiii disse...

fer

eu acho q vc deveria fazer um post sobre VadeMecum...e Resumos sobre direito...

livros lindos, emocionantes, longos...e, ainda por cima, vc tem q ler, ler ler ler...e nao adianta nem pensar em enjoar..hehehe

=D

Fefa Rodrigues disse...

Ah, Má... mas dai vou espantar as visitas do meu blog!!!